Esporte

Após triunfo em torneio internacional, baiano Keno Marley foca em classificação para Paris 24: “obcecado pelo ouro olímpico”

Divulgação/COB
Lutador de boxe contou ao BNews sobre suas expetativas para Paris 24  |   Bnews - Divulgação Divulgação/COB

Publicado em 05/04/2023, às 16h34 - Atualizado às 17h03   Por Marcelo Ramos



Depois de conquistar mais uma vitória na carreira dentro do boxe mundial, no último domingo (02), o pugilista baiano Keno Marley, de 22 anos, não pensa em parar por aí. Conquistando cada vez mais espaço no cenário internacional, o jovem atleta falou ao BNews nesta quarta-feira (05) sobre seus anseios para a temporada e também da tão sonhada medalha de ouro na Olimpíada de Paris, em 2024. Segundo Keno, as expectativas são as melhores possíveis para o boxe brasileiro.

“Temos o campeonato mundial em maio. Dia 20 vamos embarcar para o Uzbequistão, onde faremos uma base de aclimatação até o Mundial que será logo em seguida. Após isso, temos os Jogos Pan-Americanos, que é um campeonato muito importante que dá vaga olímpica. Os finalistas conquistam a vaga e por enquanto não tem ninguém classificado no mundo. É um evento alvo nosso para a Olimpíada de Paris em 2024, porque sem o título Pan-Americano, não existe Paris”, disse Keno em entrevista exclusiva ao BNews.

O atleta, oriundo de Sapeaçu, na Bahia, comentou sobre o excelente momento vivido pelo boxe brasileiro, com muitas medalhas conquistadas recentemente. Keno afirmou que todas as competições servem de termômetro para a Olimpíada de Paris.

“Estamos pegando medalha em todos os eventos do circuito europeu e mundial, então dá pra se esperar que o mínimo que a gente busca é estar sempre no pódio. Se não chegarmos nesses pódios mundiais e olímpicos, não chegamos perto das nossas metas. Nossa meta é sempre ser campeão”, disparou.

Questionado se almeja migrar para o boxe profissional, onde as premiações e contratos costumam ser maiores que no boxe olímpico, Keno disse estar focado em Paris 24, mas que tudo pode acontecer no futuro.

“Depois da Olimpíada, eu penso em boxe profissional, claro. Será algo estudado. Mas no momento estou obcecado pelo ouro olímpico, por isso não estou fazendo carreira híbrida, como é o caso da Beatriz Ferreira. Estou focado para ter o melhor resultado possível em Paris, depois disso penso em fazer uma carreira híbrida (profissional e olímpica) ou só profissional”, declarou o atleta.

Para que mais talentos como Keno Marley surjam no esporte, o investimento por partes dos governos e prefeituras precisa ser grande. Vindo do interior da Bahia, o pugilista contou também sobre sua trajetória e o que espera do futuro para o esporte. De acordo com ele, os investimentos precisam vir da iniciativa pública, mas também privada.

“No Brasil, temos uma dificuldade muito grande com a capacitação desses profissionais, para que eles tenham uma renda para sustentar projetos esportivos, de ter os espaços adequados. Eu comecei em Conceição do Almeida, cidade bem pequena do Recôncavo Baiano. Sou proveniente de um projeto social. O investimento tem melhorado bastante, mas falta muito com relação a incentivo, não só público, como privado. Infelizmente o brasileiro em si consome pouco esporte. As pessoas gostam muito de futebol da Série A e só. Acaba sendo muito ruim pois automaticamente as marcas não investem e o esporte não evolui. Dos governos em geral, o incentivo evoluiu, mas ainda faltam mais espaços, falta remuneração aos jovens que estão iniciando. Porque até chegar nos resultados, é difícil. Infelizmente, muitos ficam pelo caminho por essa falta de estrutura”, finalizou.




Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp