Presidente e auditores do TJD-BA renunciam. Auditor acusa Ednaldo Rodrigues

Presidente da FBF tenta se defender e garante que não interfere no Tribunal | Reprodução

Publicado em 13/03/2014, às 06h59 Galáticos Online

Uma bomba pode provocar sérios problemas ao futebol baiano. Diversos auditores do Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia (TJD-BA) acabaram de renunciar aos seus cargos em reunião na sede da Federação Bahiana de Futebol (FBF).

Entre eles, está o presidente do órgão, Luís Henrique Maia Mendonça. Além dele, também renunciaram os auditores Álvaro Dutra, Luiz Valnei e Jorge Teixeira.

Os também auditores Fábio Periandro e Luiz Cláudio Amado também cogitam a renuncia. Ambos, antes de anunciarem suas decisões, vão consultar os órgãos que os indicaram às suas funções. O ex-presidente do TJD e auditor do tribunal Pleno, Domingos Arjones, não compareceu à sessão.

Ambos se mostraram indignados com a votação para a eleição do procurador geral do Tribunal. Uma lista tríplice foi apresentada pelo presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues, com as indicações dos concorrentes ao cargo. Porém, nenhum deles faz parte do quadro de procuradores da casa, o que revoltou os renunciantes.

Antes mesmo da eleição, dois dos candidatos, André Marinho Mendonça e Eduardo Motta Junior, desistiram da disputa para, possivelmente, beneficiar o único que manteve seu nome. Mas, para espanto dos desportistas baianos, o "favorecido" no jogo de cartas marcadas reside em Belo Horizonte (MG), o mineiro Gustavo Lopes Pires de Souza.

Em entrevista à Equipe dos Galáticos, o auditor Jorge Teixeira explicou sua decisão. “Tudo decorre de uma ação impensada do auditor Ronaldo Martins, quando postulou uma intervenção do Tribunal por não ter um procurador geral , o que dependia da indicação do presidente da FBF. Ocorre que dos três nomes que o Ednaldo Rodrigues apresentou agora, dois renunciaram aqui e a lista que era tríplice passou a ser una. Então, entendemos que ficaria o que o presidente da FBF queria, o que não concordamos. Por isso, resolvemos renunciar e, por falta de quórum, não teve a eleição. Como o presidente da Federação acha que não tem um baiano competente para assumir a procuradoria? Ele acha que precisa ser um mineiro e não um baiano”.

Teixeira ainda alfinetou Ednaldo Rodrigues. “O Ednaldo indicou três nomes, dois deles baianos e um mineiro. Os dois baianos desistiram. Isso aqui está ficando um ambiente hostil devido ao comportamento do presidente Ednaldo Rodrigues, a forma com que ele vem nos tratando e tentando interferir no Tribunal. Isso aqui ficou um ambiente desgastante por essa conduta do Ednaldo e do Ronaldo Martins, que com o comportamento dele até nosso jantar de final de ano conseguiu acabar”.

O mandatário da entidade máxima do futebol da Bahia tentou se defender das acusações. “A Federação não é parte de nenhum tipo de imbróglio no Tribunal. A Federação faz questão de ter cordialidade do Tribunal. Em todas as minhas gestões à frente da Federação, procurei atender a todas as solicitações do Tribunal. Com relação ao procurador geral, a Federação indicou uma lista tríplice em 2011 com três procuradores que já estavam na casa. À época, questionaram porque um dos indicados já fazia parte do quadro e era sobrinho do vice-presidente da FBF, Manfredo Lessa. Depois disso, indicamos outra lista com a substituição desse e mesmo assim não foi votado. A Federação nunca recebeu solicitação do atual presidente Luís Henrique sobre a lista tríplice. A Lei diz que a lista é de livre indicação da Federação”.

Rodrigues ainda deu a entender que não era necessária a renuncia e outro caminho poderia ser tomado pelos auditores. “Se os dois candidatos que indicamos desistiram, o Tribunal tinha que comunicar ao STJD o ocorrido e pedir um novo prazo para que a Federação fizesse uma nova lista. Não precisava causar essa situação toda. Não temos culpa se dois dos candidatos que indicamos desistiram. A Federação nunca tentou qualquer tipo de ingerência no Tribunal”, completou.

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Publicada no dia 12 de março de 2014, às 22h52

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