O Vitória joga com disposição tática, muito bem assentado em todas as suas linhas, com capacidade de variar o seu jogo conforme as necessidades. Seus principais jogadores apresentam fase técnica, mas o que salva mesmo é o conjunto do time, que tem tocado a bola com rapidez e fome de quem realmente não teme os adversários. Por isso, está em sexto lugar, com 51 pontos ganhos a dois da zona dos classificáveis para a Copa Libertadores.
O Bahia, ao contrário, é um time previsível, sem grandes alternativas, praticamente concentrando seus resultados na capacidade do goleiro Marcelo Lomba que, só para realçar, foi o responsável direto pelos dois últimos empates, sem gols, contra Grêmio e Atlético/MG. Acuado, sem jogadas de saída, porque até nos contra-ataques tem sido incapaz de levar lances agudos à defesa adversária. Por isso, sequer chegou aos 40 pontos, transitando numa área perigosa em que, qualquer deslize e má sorte, pode levá-lo ao suplício da indesejável faixa da degola.
Desde que a competição começou, era sabido que o Rubro-Negro tinha melhor elenco, uma quantidade maior de peças de reposição. O Bahia insistiu em manter o mesmo grupo, fez contratações duvidosas e, agora, paga suas imprevidências com o sufoco de uma má campanha em que, outra vez, sobressaem-se os pedidos patéticos para a torcida ir ao estádio, quando o jogo é em casa, como forma de pressionar o visitante e incentivar os seus jogadores. O técnico Cristóvão Borges passa a ser questionado, mas tudo se justifica pelo baixo rendimento da maioria de seus jogadores.
O Vitória ainda não é um time perfeito, entretanto desenha outra visão de jogo, aqui ou fora de seus domínios, pois parece ter entendido a mensagem de seu treinador, Ney Franco, que já se impõe pela forma de armar um esquema bem definido, rotativo e de excelente aproveitamento de todas as potencialidades que dispõe.
Esta rodada do meio de semana é de fundamental importância para os dois: se o Vitória bater o poderoso e quase campeão Cruzeiro, no Barradão, além de reafirmar seu nome na competição, pode ficar entre os quatro melhores, e o Bahia, se ganhar do Santos em São Paulo (Pacaembu), deve se distanciar da triste faixa dos piores.
