Como já tinha sido informado em primeira mão por este site, o clima de tensão e hostilidade reina no PMDB baiano, partido liderado pelos irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima. A expulsão dos deputados estaduais Alan Sanches, Ivana Bastos e Temóteo Brito foi o estopim para a situação, que parece está muito além de uma simples discordância de opinião política.
Após ser surpreendido com a divulgação de sua expulsão do partido, depois de receber uma ligação feita pelo repórter Luiz Fernando, do Bocão News, o deputado Alan Sanches resolveu abrir a caixa preta e desabafou em entrevista ao apresentador Zé Eduardo, na Rádio Sociedade da Bahia.
“Oficialmente não recebi nenhum tipo de notificação por parte de algum representante do partido. Recebi a informação da minha expulsão por um telefone de Luiz, do Bocão News. Isso é para você perceber como o partido trata os seus associados”, disse Sanches.
Durante a entrevista o vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima (PMDB), se pronunciou através do twitter (@geddel_) e mais uma vez fez questão de afirmar a expulsão do parlamentar. "Me tire uma duvida: esse traira (SIC) quer ficar ou sair do partido? Ele precisa se definir. A posição desse cara é indigna. Deixa experniar (SIC) a vontade, mas ta expulso por trair o Partido e o funcionário publico", escreveu Geddel.
Em resposta às palavras de Geddel, o deputado Alan Sanches o chamou de arrogante e prepotente. “Você veja a arrogância de uma pessoa, que me chama de traira. Na hora que ele precisou do apoio desse traira soube me chamar na casa dele para implorar ajuda, para confidenciar. É esse traíra aqui que sabe o que ele falou no dia em que chamou em sua casa. Ele é arrogante e prepotente” desabafou.
A briga envolvendo Alan Sanches e Geddel, que outrora eram companheiros, teve inicio após reuniões envolvendo o deputado e o vice-governador, Otto Alencar, que pretendem, em conjunto com os deputados Temóteo Brito e Ivana Bastos e outros políticos, fazer parte da implantação do Partido Social Democrata (PSD) no estado. Fato esse que provocou a ira dos irmãos Vieira Lima.
Outro fato que ajudou a bomba ser acionada foi o fato dos deputados terem descumprido a orientação do PMDB baiano e votou a favor da aprovação do projeto de alteração do Planserv. “Votamos a favor sim. Não houve em nenhum momento fechamento de questão entre a bancada. Ao contrário, estávamos liberados para votarmos de acordo com a nossa consciência e o estatuto do PMDB é claro que nesse caso não existe possibilidade alguma de punição”, disse Sanches.
Para Geddel, os deputados só votaram a favor do projeto, prol governo, pela aproximação que estão tendo com Otto Alencar, braço direito do governador Jaques Wagner (PT) e que saiu beneficiado com a aprovação, que para o PMDB fere os direitos dos servidores públicos.
Antes de encerrar a entrevista Alan Sanches mandou um recado para Geddel. “Ele sempre foi raivoso. Tem que tomar um chá de maracujina para se acalmar”, concluiu. Já Geddel aproveitou para continuar provocando. “Me disseram que o traíra tá nervoso. Alias não sei porque os expulsos estão tão aperreados”.
