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Ba-ba-do: Pagode na Parada Gay provoca ‘La Fúria’ entre militantes

Publicado em 07/09/2015, às 13h42   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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A 14ª Parada do Orgulho Gay em Salvador nem botou o bloco na rua, mas a fechação já está rolando solta nas redes sociais. O bafafá da vez envolve o promoter de festas LGBT, Jakson Reis, a dançarina e ex-vereadora Léo Kret do Brasil, e o presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira.

Tudo começou neste sábado (5), quando o promoter criticou a escolha da banda de pagode La Fúria para puxar o trio elétrico de Léo Kret no desfile programado para o próximo domingo (13). Em seu perfil pessoal no Facebook, Jakson escreveu: “Podem esperar mais uma festa com tiros, porrada, roubos, garrafas e facadas. Esse ano, o desastre que ocorreu em 2013 com Igor Canário vai se repetir com Leo Kret e La Fúria”.

Jakson ainda reclamou da descaracterização do evento. Segundo ele, a festa não saiu do “amadorismo”. “Uma festa que deveria ser pra reivindicações de direitos, protestos e união da classe LGBT, mais um ano, deixa claro pra sociedade que apesar de ser a 14 edição da parada, ainda não conseguiram entregar um projeto que saia do amadorismo”, completou, acusando que após a “bagaceira”, o GGB “vai dizer que não sabia de nada (como sempre)”.

O promoter ainda acusou a ex-vereadora Léo Kret de fazer da Parada Gay seu trampolim político. “A Léo Kret vai tentar mais uma vez ganhar uma cadeira na câmera de vereadores... Pra representar os pagodeiros, ganhando vantagem em festa de viado. Léo Kret, você é mais do que isso mulher... Melhore!”, disparou. A postagem ganhou adesões, mas também dividiu opiniões.

Bate-cabelo

Foi o suficiente para o bate-cabelo começar. Em resposta, Léo Kret postou mensagem rebatendo a publicação de Jakson a quem chamou de “palhaço e despeitado”. “Acho que algumas pessoas do LGBT tem que procurar saber das coisas antes de ficar postando as palhaçadas sobre a atração do meu trio deve ser despeito só pode”, iniciou.

Na sequência, a dançarina defendeu o repertório da banda La Fúria, que, segundo ela, tem músicas com personagens de programas infantis como “Chaves, dona Flórida (sic) e Kiko”. O trecho de uma das músicas com duplo sentido diz “Kiko lindo, Kiko gostoso!”.

A ex-vereadora de Salvador reiterou que a banda não faz apologia à violência. “Eles não incentivam a violência como alguns estão pensando e comparando com outras bandas que já participaram da parada e não foi uma boa. Realmente, nem combinava”, disse, em concordância parcial. Léo Kret ainda gabou-se de ser autora de projeto de criminalização da homofobia e da criação do conselho municipal LGBT. “Conheça as coisas antes de falar, tá, meu amor?”, mandou.

Patrulhamento 'elitista'

O presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, saiu em defesa da dançarina e da participação da banda de pagode no evento. Também no Facebook, ele definiu como “arrogante e elitista” o patrulhamento contra o pagode.

“O pagode, penso eu, é um movimento popular de massa que tem o seu lugar consolidado, aprovado pelo povo. As vezes eu penso que algumas pessoas fazem disso uma questão de classe, tipo assim: Gays, finos, elegantes, ricos curtem música eletrônica, os pretos e pobres curtem pagode nas quebradas das cidades. Eu acho que tudo é cultura”, continuou Cerqueira.

A publicação do dirigente da entidade LGTB inicia com trecho da música dúbia da banda La Fúria, cuja “nigrinhagem” ele diz adorar. “Bora relaxar e cantar com os “mulekes” da La Fúria, "Kiko lindo, Kiko gostoso, Kiku (sic) Maravilhoso”. A letra é Kiko, mas não canta-se (sic) Kiko, canta-se outra coisa. Eu adoro esse nigrinhagem”, afirmou.

Publicada originalmente às 15h do dia 6 de setembro

Classificação Indicativa: Livre

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