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No dia do fotógrafo, profissional do Bocão News avalia atual mercado fotográfico

Publicado em 08/01/2017, às 13h07   Tiago Di Araujo


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O dia 8 de janeiro de 1840 marca a chegada da primeira câmera fotográfica no Brasil, o que fez a data ser considerada o dia do fotógrafo ou dia nacional da fotografia. A arte, que é vista como uma das maiores invenções da história, cresceu consideravelmente ao longos dos anos e hoje faz parte do cotidiano e da vida de praticamente todo mundo. 
Misturando conhecimentos técnicos e criatividade, os fotógrafos atualmente tem seu lugar garantido em diferentes áreas, mesmo com o avanço dos smartphones, que traz a ilusão de que todos podem fotografar de maneira convincente, causando até a desvalorização dos profissionais. 
Com experiência de mais de 13 anos, o fotógrafo do Bocão News, Gilberto Júnior, neste domingo, saiu de trás das lentes e virou a pauta do dia para falar de um "mundo" que conheceu ainda quando criança. "Meu primeiro contato com a fotografia foi ainda moleque, lá pelos 9 anos, já gastava os filmes do meu pai, que também é fotógrafo, fazendo meus primeiros cliques. Comecei a acompanhá-lo nos eventos, servi muito tempo de ajudante - o pagamento era a experiência mesmo. Aí fui pegando gosto pela coisa, é uma arte".
Integrando a equipe do site desde que as primeiras notícias começaram a ser publicadas, o profissional garante que não teme o avanço dos smartphones. "Não acho que a fotografia profissional perca espaço para essa câmeras e smartphones "poderosos", porque eles não podem fazer nada apenas com seus recursos tecnológicos, é preciso o item principal na criação de uma bela imagem ou no registro perfeito daquele momento importante: a sensibilidade do fotógrafo, mas eu digo FOTÓGRAFO mesmo, não uma pessoa que apenas conhece as configurações de uma câmera profissional", enfatiza.
Apesar disso, Júnior lamenta que a atual desvalorização dos profissionais. "Uma decepção! Na área jornalística, ele, na minha opinião, é até mais bem valorizado, não financeiramente, mas é até mais do que na área social. No social, o que o cliente pensa em arcar por último, é a fotografia, sendo que é a única coisa que fica daquela festa bonita, o registro. Um dia a memória falha, com passar dos anos, e a fotografia está lá pra isso", lembra.  
E como se não bastasse a desvalorização, os fotógrafos também sofreram o impacto da crise econômica do país. "Essa crise afetou muito o mercado fotográfico. Os preços dos equipamentos não param de subir, e a quantidade de clientes reduzindo", disse ao lembrar que muitas pessoas não têm como prioridade o serviço de fotografia. "Voltando a falar dos smartphones e câmeras poderosas que existem no mercado, muita gente está preferindo investir neles e registrar seus momentos ou tudo que vê pela frente sem a necessidade de contratar um profissional ou se especializar para isso".
Atuando no fotojornalismo há seis anos, Gilberto Júnior defende que a fotografia é algo fundamental para relevância de uma reportagem. "O fotojornalismo tem a responsabilidade de mostrar o que o texto não consegue, como aquele ditado: "Uma imagem vale mais do que mil palavras", que diz ser um dos mais verdadeiros que conhece, e completa. "E não se furta da responsabilidade, claro, de dar coerência a uma matéria, dar até um sentido àquela notinha, que talvez não tenha tanta relevância".
Questionado sobre a importância da fotografia no mundo, o profissional destaca que será uma maneira de apresentar os fatos para às futuras gerações. "Dependendo do segmento do profissional, eternizar momentos, ou registrar acontecimentos no intuito de informar e contar histórias. As futuras gerações vão saber muito do que acontece hoje olhando nossas fotos. Isso é importante".
Valorizando o fotojornalismo, além de Gilberto Júnior, que iniciou sua especialização no Senac e cursos online nas áreas jornalística e social, o Bocão News conta com os profissionais Paulo M. Azevedo e Vagner Souza, que retratam o dia-a-dia da nossa cidade e do estado para os nossos leitores. 
Entre as fotografias preferidas de Júnior, destacam-se o contraste da sociedade soteropolitana, a alegria de uma criança e um dos principais pontos turísticos de Salvador.

Classificação Indicativa: Livre

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