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Há 30 anos a Veja destacava em capa o rei do Carnaval baiano, Luiz Caldas

Publicado em 11/06/2017, às 18h03   Redação BNews



Reportagem da revista Veja desta semana mostra a rotina do cearense Wesley Oliveira da Silva, o Wesley Safadão. Ao contrário do que o nome possa sugerir, o cantor não se apresenta ostensivamente como um símbolo sexual: faz o gênero amigão malandro. Quando longe dos palcos – o que é raro, dada a agenda de trinta shows mensais –, Safadão revela-se um sujeito família e cristão. 
Há trinta anos, a Veja estampava em sua capa um fenômeno pop mais despudorado: Luiz Caldas, que falava em passar batom cor de violeta na boca e na bochecha (Fricote), fazer zum-zum na cama e gemer sem sentir dor (Haja Amor) e tira, tira, bota, bota (Lá vem o Guarda).
Chamou-se deboche o gênero popularizado por Caldas. “Depois de batizar a dança, deboche passou a significar, por extensão, uma música híbrida que tem como ingredientes o batuque negro da Bahia, o ritmo balançado da salsa, do merengue, do reggae e outros gêneros do Caribe, e as guitarras importadas do rock”, explicava a reportagem de Veja de 4 de março de 1987. Com Fricote e outros hits do deboche, o carnaval de Salvador experimentava sua mais importante renovação desde a invenção do trio elétrico, nos anos 1950. 
“Até o ano passado”, dizia a reportagem de Veja, “o prato principal que os trinta trios da cidade ofereciam aos foliões que os seguem pelas ruas era o frevo, transmutado pelas guitarras num ritmo puladinho que se tornou o próprio símbolo do Carnaval baiano”. O fenômeno do deboche transformou a cena musical baiana e, por fim, brasileira, sob o rótulo de “axé music”, do qual Caldas é justamente considerado pioneiro.
Publicada originalmente em 11/06 às 9h03

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