Na última terça-feira (16), a atriz da Globo, Laura Keller, que interpreta a personagem Luiziane no seriado Pé na Cova, fez um desabafo em seu perfil oficial do Instagram contra a falta de preservação na ilha de Morro de São Paulo, onde visitou após passar o Carnaval em Salvador. Na ocasião, a loira aparece na frente de um outdoor, que anuncia vendas de um condomínio de luxo e está sendo construído no local e utilizou a rede social para desabafar. Já nesta sexta-feira (19), em entrevista exclusiva ao Bocão News, Laura explicou o desabafo e voltou a criticar a falta de preservação do local. "As autoridades tinham que tomar uma providência, o Governo tem que fazer alguma coisa. Porque a ilha vai virar mais um pedaço de terra no meio do oceano, mais uma cidade entregue ao capitalismo e ao luxo desnecessário. Estão acabando com a ilha".
Confira a entrevista na íntegra
O que te desagradou em Morro de São Paulo?
- Eu não digo desagradou. Eu prefiro dizer que é um descaso com a ilha. O lance de você chegar na ilha e pagar R$ 15 por uma taxa de preservação, por um lugar que não é preservado, que não tem nada de preservado. Eu cheguei lá e vi lixo pela praia inteira, lixeiras transbordando, a coleta feita somente uma vez por dia e precisa no mínimo ser feita duas vezes, o controle de entrada de maneira desenfreada, pessoas de várias partes do mundo sem nenhum tipo de controle, a ilha não suporta aquele povo lá dentro, falta sinalização como placas do tipo "não jogue lixo aqui" ou "traga sua sacolinha de lixo", alerta para não pisar nos corais, porque eu vi um imbecil de um cara com chinelo pisoteando um coral nas piscinas naturais, as pessoas fumando dentro das piscinas naturais e as "bitucas" de cigarro sendo jogadas na água, o povo comendo nas piscinas. Então, também é descaso das pessoas e isso me desagradou muito. A falta de gentileza das pessoas em relação à ilha, à natureza. E isso, as autoridades tinham que tomar uma providência, o Governo tem que fazer alguma coisa. Porque a ilha vai virar mais um pedaço de terra no meio do oceano, mais uma cidade entregue ao capitalismo e ao luxo desnecessário. Estão acabando com a ilha.
Quantos dias você ficou na ilha? Viu algum tipo de fiscalização?
- Fiquei cinco dias na ilha e não vi nenhuma fiscalização, só um dia que vi dois policiais em uma moto, até porque eu fiz vários passeios e não fiquei o tempo todo na ilha.
O que achou da segurança?
- Em termos de segurança, tranquilo. Não tive e nem vi nenhum problema por lá. Então, está de boa. Queria que aqui no Rio fosse assim.
Você viu áreas desmatadas por lá?
- Não só vi como eu fiquei hospedada em uma pousada na frente onde está acontecendo a tal da construção do condomínio de luxo, onde tem cerca de uns 20 metros de desmatamento. Inclusive, a dona da pousada pediu para nós entrarmos no site da prefeitura e reclamar da situação. Segundo ela, antigamente tinha mais área de mata nativa com animais e consequentemente era mais fresco. E eu vi os caminhões na obra, tratores, estacas de madeira abrindo caminho mata a dentro. Tirei a foto na frente do outdoor para mostrar o que está acontecendo na ilha. Para você ter ideia, a dona da pousada falou que há cinco anos tinha macaquinhos que iam até a pousada pegar frutas, era uma vida muito mais nativa mesmo, os bichinhos ficavam soltos. Hoje não tem mais isso. Então, imagina daqui a dez anos como estará se continuar dessa maneira? O meu apelo é esse, para conscientização das pessoas.
Você pretende voltar lá?
- Eu com certeza pretendo voltar. Eu adorei Morro de São Paulo, um lugar maravilhoso, paradisíaco, mágico, que tem tudo para ser uma outra Fernando de Noronha. Eu fiz essas críticas não foi para agredir ninguém e nem falar mal de Morro de São Paulo, são críticas construtivas para alertar as pessoas e conscientizar todo mundo de que está precisando de ajuda a ilha. A minha intenção, se Deus quiser, é levar meus filhos e quero que a ilha esteja preservada para todo mundo poder curtir esse espaço. Eu acho que um paraíso ele não deve ser investido e sim preservado. Então, esse é meu alerta. Não quero fazer mal para ninguém, só ajudar mesmo. Meu apelo também é que esses R$ 15 sejam investidos para preservação da ilha. A pergunta que não quer calar é: para onde vai esse dinheiro? Esses R$ 15 que é uma taxa de preservaçaõ e o lugar não é preservado. Onde está esse dinheiro?
Carnaval - Pretende voltar para Salvador em 2017?
- Ainda está muito cedo para dizer. Mas, se tiver que nem esse ano, com certeza eu volto. Esse foi o primeiro Carnaval que passei em Salvador e foi muito bom. Eu fui super bem tratada, achei uma energia maravilhosa. Fiz questão de fazer de tudo lá, fui para bloco, para camarote, fiz de tudo e foi muito maravilhoso. Até de mototáxi eu andei. Fiz o trajeto Ondina - Barra, morta de cansada e de mototáxi. Foi muito bom, muito bom mesmo. Se Deus quiser, em 2017 eu estou aí de novo.
Pé na Cova - O seriado vai fazer falta? Quais os próximos planos?
Então, Pé na Cova está na última temporada, uma pena. Vou sentir muitas saudades do elenco todo. Foi maravilhoso. Fiquei um ano e meio com eles, três temporadas, e foi um ótimo aprendizado. Trabalhei com feras da comédia, Miguel, Marília e todos os outros. Foi muito legal. Agora, eu vou entrar aí em um novo projeto que é surpresa, uma surpresa boa. Não posso falar, é sigilo. Só ficar ligadinho e aguardar que logo logo todos vão saber.
Publicada originalmente em 20/02 às 10h27.
