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Corretor de imóveis acusa comitê de Lídice da Mata de calote

Imagem Corretor de imóveis acusa comitê de Lídice da Mata de calote
Coordenador da campanha rebate as acusações e diz que firmou contrato com dono do imóvel  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 22/10/2014, às 05h56   Adelia Felix (Twitter: @adelia_felix)


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Tram, Lídice e Claudio

O corretor de imóveis, Claudio Marcio de Queiroz Ribeiro, acusou em entrevista à reportagem do Bocão News, a campanha da candidata ao governo da Bahia e senadora, Lídice da Mata (PSB), de não quitar o aluguel do comitê, localizado na Avenida Manoel Dias, em Salvador.

De acordo com Claudio, o contrato foi fechado com o coordenador financeiro da campanha de Lídice, Antônio Carlos Tram. Ele detalhou que o contrato foi firmado pelo valor inicial de R$ 75.000, e subiu para R$ 85.000 após o aditivo de R$ 10.000. “Nós alugamos um imóvel para senadora Lídice da Mata. Fizemos as ordens de reformas, ela pagou o inicial e ficou nos devendo R$10 mil. Procuro a senadora, procuro o coordenador de campanha e nada. Estou com todas as documentações para provar a dívida”, afirma.





Primeiro contratos de locação e segundo contrato com aditivo

Segundo Claudio, o contrato firmado uma semana antes do comitê ser ocupado, em meados de agosto, teve autorização do dono do imóvel, o empresário João Nascimento Fonseca Filho, que possui vários empreendimentos na capital baiana, entre eles o Hotel Absolutte. “João é o dono do imóvel que autorizou a locação, mediada por mim, ele é meu amigo, inclusive. Ele mesmo mandou eu resolver, ele tenta até hoje receber os gastos com a Coelba e Embasa, e eu espero o valor do aditivo, que adiantei para João. Tanto que o recibo desses dez mil ele já me entregou. Só que Tram não paga. Desde quando Eduardo Campos morreu que a gente tenta receber, com essa tragédia eles disseram que iríamos receber em 15 dias. Mas até hoje nada”, conta.

Em conversa com a reportagem, Tram negou que o comitê estivesse devendo algo ao corretor, no entanto afirmou que inicialmente o contato foi feito com Claudio. “O corretor faz intermediação. Ele recebe o dinheiro da intermediação de quem? Do proprietário. Fizemos contrato com o dono, seu João, através dele. Pagamos o combinado, depois eles quiseram, de uma maneira não muito legal, alugar outro espaço. O nosso prazo de aluguel era até o segundo turno. A gente segurou o pagamento da segunda parte”, disse.


Claudio disse que deu R$ 10.000 de João. E é esse valor, do aditivo, que ele cobra do comitê de Lídice

E continua: “o corretor não é dono do imóvel. Como é que corretor vai ter dinheiro meu? Nossa relação deixou de ser com o corretor para ser com o proprietário do imóvel. Corretor não assina contrato pelo proprietário. Pagamento também tem que ser com o proprietário.  Ele está procurando nos caluniar”.

Claudio rebate as declarações do coordenador da campanha da militante do PSB. “Se eu quisesse me aproveitar eu teria exposto isso na época de campanha, e não fiz. Eu só quero receber meu dinheiro, ele está tentando reverter a situação. Eu não quero brigar com advogado. Eu vou desmascarar esse senhor. Não tem nada de errado. É só o comitê pagar o que deve”, dispara.

O corretor negou também que não teve nada de irregular no segundo contrato. “O deputado Luiz Argolo queria alugar, mas não pôde. Eles disseram ‘não tem ligação com nosso partido, não vai ficar bom aqui’. Ai João disse ‘faça o aditivo de contrato’. Fizemos. O contrato de locação foi assinado por Lídice. Nada foi feito a revelia. Eu dei os dez mil para João e não recebi nada. Só quero que me pague o que deve”, finaliza.

Entre os colaboradores da senadora Lídice da Mata, aparece também Bruna Lessa, com quem, segundo Claudio, ele também tratou sobre os débitos. Como mostra áudios de conversas do WhatsApp abaixo:


A assessoria de Lídice encaminhou uma carta que eles enviaram para João Nascimento, desde que foram abordados sobre a dívida. “A locatária não pode ser responsabilizada por compromissos que eventualmente tenha assumido o locador perante terceiros que, repita-se, são estranhos à relação contratual firmada. Tão logo adimplidas as obrigações que recaem sobre o locador, a locatária, da mesma forma, honrará os compromissos que assumiu”, diz trecho da carta.

Na carta consta ainda que "o correspondente pagamento, inicialmente equivalente à importância de R$ 75.000,00, foi efetuado em 17 de julho de 2014, mediante dois cheques; o primeiro, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), e o segundo, de R$ 55.000,00 (cinquenta e cinco mil reais), antes, portanto, da entrega das chaves para que fosse ocupado o imóvel".

Diante do fatos, o empresário João limitou-se a dizer que o comitê de Lídice está em dia com ele. "A corretagem quem paga sou eu e está paga. Ele me trouxe o cliente e nós alugamos a casa. Eu recebi e por isso não posso reclamar nada do comitê. É um problema entre Claudio e o comitê".
A reportagem tentou falar com Bruna, mas ela não foi localizada.


Publicada no dia 21 de outubro de 2014, às 06h

Classificação Indicativa: Livre

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