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Partido Solidariedade recebeu R$ 1 milhão da Odebrecht

Imagem Partido Solidariedade recebeu R$ 1 milhão da Odebrecht
Empreiteira baiana disse que seguiu todos os critérios legais   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 30/09/2014, às 10h15   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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A empreiteira Odebrecht doou R$ 1 milhão ao comitê financeiro nacional do Solidariedade, de acordo com a prestação de contas do partido publicada no site do Tribunal Superior Eleitoral, contrariando o que o próprio presidente da empresa, Benedito Júnior, disse que faria em janeiro.

No começo do ano, o deputado federal Aureo (SD), presidente do partido no Rio, revelou em entrevista ao jornal Extra a existência de um acordo para que sua legenda apoiasse a candidatura de Luiz Fernando Pezão (PMDB). Em troca, o Solidariedade receberia doações eleitorais da Odebrecht.

Em janeiro, o argumento de que não doaria para o Solidariedade foi usado pela empreiteira e pelo presidente nacional da sigla, deputado Paulinho da Força Sindical (SP), para enfraquecer as declarações de Aureo ao jornal. Na ocasião, ao ser perguntado se o acordo para apoiar o PMDB dependia de doação da Odebrecht, Aureo respondeu:
— Essa parte ainda não foi fechada, mas essa é uma negociação nacional. Nosso partido nasce forte e precisa ter o apoio das grandes empresas do Brasil. Ninguém faz campanha no Brasil sem isso. O setor produtivo é importante.
Após o EXTRA revelar o caso, a revista “Veja” publicou reportagem afirmando que o acordo envolveria a doação de R$ 13 milhões ao Solidariedade. Paulinho da Força Sindical negou a existência da negociação e disse, na época, não ter relação com a Odebrecht.
Desde janeiro, a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio investiga o caso. Segundo Aureo disse na entrevista, além da doação de dinheiro, o apoio do Solidariedade dependia que a ida das UPPs para Duque de Caxias, reduto eleitoral do parlamentar, fosse anunciada por Cabral como uma conquista de Aureo. Embora a entrevista tenha sido gravada e o áudio faça parte do inquérito, Aureo negou o conteúdo de suas declarações.
Em fevereiro, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) inaugurou a UPP da Mangueirinha, em Duque de Caxias.
O procurador regional eleitoral Paulo Roberto Bérenger, que investiga o caso, tentou ouvir Cabral, sem sucesso. O ex-governador faltou ao depoimento e limitou-se a enviar negativas por escrito. A Odebrecht também respondeu à Pocuradoria Regional Eleitoral que desconhecia o acordo.
Procurada, a Odebrecht afirmou por meio de nota que a doação feita ao Solidariedade “seguiu todos os critérios legais sem que houvesse qualquer acordo como contrapartida, como havia sido afirmado em janeiro”. A construtora não explicou, no entanto, por que mudou de opinião sobre doar à legenda. “A Odebrecht promove suas doações dentro de uma visão democrática e em respeito à legislação, sem adotar posição partidária ou ideológica”, diz o texto. Entre outros contratos com o governo do estado, a construtora é a controladora da SuperVia, operadora das obras no Maracanã, construiu o Arco Metropolitano e fez a urbanização do Complexo do Alemão.

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