Eleições

Vereadores alegam crise, mas arrecadam quase R$ 200 mil para as eleições

Publicado em 09/09/2016, às 19h01   Alexandre Galvão / Chayenne Guerreiro


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A falta de dinheiro para as campanhas tem sido a reclamação mais recorrente na eleição municipal deste ano. Em Salvador, candidatos à prefeitura alegam que, mesmo após um mês do início do pleito, não arrecadaram um centavo. A situação de alguns vereadores que tentam a reeleição, no entanto, é bastante diferente. Levantamento feito pelo Bocão News mostra que os três legisladores que mais arrecadaram até agora foram Edvaldo Brito (PSD), com R$ 195 mil, Léo Prates (DEM), que recebeu R$ 176,9 mil e Paulo Câmara (PSDB), com R$ 140 mil de arrecadação. 
Do outro lado da tabela, alguns vereadores ainda não declararam nenhuma receita e nenhuma despesa: Eliel (PV), Carlos Muniz (PTN), Beca (PPS), Alemão (PHS), Alfredo Mangueira (PMDB), José Trindade (PSL), Kiki Bispo (PTB), Toinho Carolino (PTN) e Vado (DEM). 
Líder em arrecadação, Edvaldo Brito ressaltou que todos as verbas de campanha vêm de fundos permitidos pela lei. "A maior parte do meu dinheiro veio do fundo partidário. A motivação [das doações do partido] é a mesma de qualquer partido, eleger seus filiados", garantiu. Ainda de acordo com Brito, seus recursos estão sendo "empregados em tudo que é permitido pela lei". 
Medalha de prata em arrecadação, Léo Prates (DEM) afirmou ter montado uma "estratégia desde o primeiro dia do mandato" para a campanha. "Separo de cada salário meu a quantia de mil reais, esse valor é declarado ao imposto de renda", garantiu, Prates, que disse ainda contar com o apoio de "amigos e familiares". 
Alegando "campanha bem difícil", Prates disse que tem "pequenas estruturas" em favor da sua campanha. "Duas estruturas pequenas que funcionam como comitês, uma na Juracy Magalhães e outra em Cajazeiras. O valor tem sido empregado em material de campanha, como santinhos, contratação de pessoal, combustível, carros de som, contratação de pessoal", indicou. 
Presidente da Câmara Municipal, Paulo Câmara garante que "a maior parte dos recursos vieram do fundo partidário do PSDB, os outros valores vieram de doações de pessoas conhecidas que sempre colaboram". 
"Os recursos foram empregados em sua maioria em recursos gráficos, como folders, panfletos, informativos para distribuição em bairros com o resumo dos últimos quatro anos. Além disso, estamos com nove carros de som, tem o custo com gasolina, com o pessoal contratado para a distribuição desses materiais", descreveu. 
SUOR, SOLA E SALIVA - com zero de gastos e de arrecadação, José Trindade afirmou que tem gasto "suor, sola do sapato e saliva" para buscar a reeleição. "O dinheiro que gastei, tenho até o dia 13 para prestar contas. Com certeza está mais difícil, pois ficou sem recurso, a própria crise do país, né? As pessoas físicas doam menos", analisou. 
Toinho Carolino indicou a greve dos bancários como um impeditivo para receber doações. "Recebi R$ 2 mil, mas a greve dos bancos ainda não me permitiu depositar. Eu estou querendo dinheiro para pagar os meus gastos", pediu. 
Também "zerado", Leandro Guerrilha pediu doações até aos repórteres do Bocão News. De acordo com o vereador, "ninguém olha por ele". "Não recebi doação nenhuma. Ninguém olhou pra mim ainda. Vou fazer doação pra mim mesmo. Eu estou de doação de material, esperando os parceiros", afirmou. 
Todos os candidatos têm até o dia 13 deste mês para fazer a primeira declaração parcial de gastos. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, a não apresentação da prestação de contas pode caracterizar infração grave.

Classificação Indicativa: Livre

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