Eleições

Campanha tem baixo volume de doações em Salvador em duas semanas

Publicado em 27/08/2016, às 09h02   Juliana Nobre


FacebookTwitterWhatsApp

A segunda semana de campanha eleitoral chegou ao fim e até esta sexta-feira (26) apenas os candidatos à prefeitura de Salvador ACM Neto (DEM) e Alice Portugal (PCdoB) receberam doações de pessoas físicas. O volume é considerado baixo pelo historiador político, Carlos Zacarias, que não acredita que haverá mudanças durante o pleito.

ACM Neto declarou receita de R$ 1,025 mi e já gastou pouco mais de R$ 547 mil. Dentre os doadores estão o diretório nacional do Democratas que disponibilizou R$ 1 mi. Alice Portugal recebeu apenas R$ 3 mil em doações. Uma das doadoras é a secretária de Políticas para as Mulheres (SPM), Olívia Santana. Contudo, a candidata já contratou serviços no valor de R$ 243.950,88 e pagou somente R$ 225, até o momento.

Cláudio Silva (PP), Célia Sacramento (PPL), Rogério Da Luz (PRTB), Fábio Nogueira (Psol) e Isidório (PDT) não receberam doações até o momento.

Segundo Zacarias, o cenário reflete a atual situação política e a crise financeira do país. “Estamos acompanhando o julgamento de uma presidente, que apesar de ser julgada pelas pedaladas fiscais, se aponta o financiamento de campanha, os envolvidos em caixa dois, doações ilícitas. Neste momento vamos ter um rebaixamento das campanhas devido aos recursos e os doadores estão temerosos. Não há crença nos políticos brasileiros”, explica.

Ainda segundo o historiador político, o brasileiro não foi culturalmente adaptado para realizar doações à políticos já que, na verdade, pensa ao contrário: é o político que lhe doa algo. “Na verdade o que temos hoje é que a pessoa física que tem doado é a pessoa jurídica que doava antigamente. E ainda há uma crise financeira no país que não permite esse tipo de doação. A população está acostumada a pedir e não a dar. O político é quem financia festas no bairro, é aquele que dá um saco de cimento”, disse.

Apesar de um pequena reforma eleitoral, a mudança de comportamento do eleitor pode demorar ainda mais. Segundo o especialista o povo brasileiro vai demorar muito para se adaptar ao novo sistema. “Acredito que isso não acontecerá tão cedo no Brasil. Não será nessa nem na próxima eleição. Na verdade, o político precisa construir uma relação de confiança com o eleitor para então ele se sentir à vontade para doar”.

Publicada no dia 26 de agosto de 2016, às 19h

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp