Eleições

Com Alice, esquerda de Salvador amarga o pior resultado dos últimos 20 anos

Publicado em 03/10/2016, às 10h23   Rodrigo Daniel Silva



Com a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) disputando à prefeitura de Salvador, a esquerda soteropolitana amargou o pior resultado dos últimos 20 anos. A comunista teve no pleito deste ano apenas 14,55% dos sufrágios. 
Na capital baiana, a esquerda nunca teve uma votação abaixo de 20%. Mesmo em 2004, quando houve um racha e os candidatos Nelson Pelegrino (PT) e Lídice da Mata (PSB) competiram pela prefeitura de Salvador, o petista teve 21% dos votos. Já a socialista conseguiu 10,3%. Juntos, os esquerdistas tiveram 31,3%, apesar disso, nenhum dos dois conseguiu avançar para o próximo turno.
Naquele pleito, os candidatos João Henrique (hoje PR) e César Borges foram para o segundo turno e o atual republicano venceu. Em 1996, o candidato Antonio Imbassahy (hoje PSDB) venceu Pelegrino com 51,65% contra 29,90%. Para o cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Fábio Dantas Neto, embora seja cedo para analisar o cenário, há dois motivos para esse enfraquecimento da esquerda.
De acordo com ele, a primeira razão é a boa avaliação da administração do prefeito ACM Neto (DEM). O segundo motivo é a falta de um discurso “consistente e amplo”. “A esquerda falou para si nessa eleição”, frisou. No entendimento dele, os partidos da base do governo privilegiaram mais a eleição proporcional do que a majoritária. “Mas o objetivo não foi alcançado, já que perdeu espaço na Câmara”, destacou.
O professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e cientista político Joviniano Neto aponta outras duas razões para o mau resultado da esquerda. Segundo ele, a base do governo demorou muito para definir Alice Portugal como candidata. 
Para o especialista, o discurso da comunista também não foi “convincente”. “O número de abstenção nessa eleição foi maior do que a quantidade de votos de Alice, Isidório, Cláudio Silva, Fábio Nogueira e Célia Sacramento juntos. Eles não convenceram. O eleitor achou que a eleição estava ganha e que não havia alternativa”, destacou. 

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp