Eleições

Em Itabuna a eleição pode ser decidida na Justiça

Publicado em 15/09/2016, às 13h32   Luiz Fernando Lima



A corrida eleitoral em Itabuna, no Sul da Bahia, chega à reta final com características interessantes e peculiares. A cidade é o quinto maior colégio eleitoral do estado, com 150.221 eleitores, e nunca reelegeu nenhum candidato, isso por si coloca o município como “ponto fora da curva”, mas existe outro fato interessante na atual conjuntura.

Nas pesquisas para consumo interno feitas pelos diversos grupos políticos da cidade, são nove candidatos à prefeitura, o desenho que se tem é que o ex-prefeito Fernando Gomes (DEM) lidera a disputa. Em segundo, aparece Capitão Azevedo (PTB), também ex-prefeito.

O demista teve o registro de candidatura indeferido com recurso, mas tenta reverter e continua na disputa. A decisão está baseada na Lei da Ficha Limpa. Fernando teve as quatro contas rejeitadas entre os anos de 2005 e 2008 quando foi prefeito.

Capitão Azevedo também teve as quatro contas rejeitadas, entre os anos de 2009 e 2013, no entanto, conseguiu o deferimento da candidatura. Interessante que ambos são apontados como favoritos e podem vencer nas urnas.

Em um cenário não distante da realidade, o que pode acontecer em Itabuna é Fernando Gomes conseguir ganhar a eleição e ser cassado. Azevedo pode ser o segundo colocado, assumir e logo depois também ser cassado, portanto, o que torna a eleição deste município intrigante é que o terceiro colocado pode ser o prefeito de fato.

Estes são cenários admitidos por quem acompanha a política local. Em terceiro lugar nos levantamentos informais aparece o deputado estadual Augusto Castro (PSDB). A confiança em um processo que acarrete na saída de cena dos dois favoritos é tão grande que o tucano é, até o momento, o candidato que mais investiu na campanha.

As primeiras prestações de contas dão conta de que Augusto Castro já recebeu R$ 254.250. Desse valor destaca-se os R$ 100 mil doados pelo deputado federal e presidente estadual do PSDB João Gualberto. O diretório estadual deu mais R$ 90 mil e o nacional R$ 59 mil.

O alto investimento é sinal de que há confiança na viabilidade eleitoral e esta confiança se baseia mais na possibilidade de queda judicial dos dois principais adversários do que da conquista do maior número de sufrágios. Embora, registre-se, os números finais são oficializados apenas após a consolidação dos votos.

Ainda no que se refere a receitas eleitorais Fernando Gomes já captou R$ 71.200. Capitão Azevedo R$ 69.1 mil.

Candidaturas — Os três postulantes que estão na ponta de cima da tabela fazem parte do grupo de oposição ao governo estadual. Abaixo deles aparece o também ex-prefeito Geraldo Simões (PT). O petista, inclusive, carrega uma semelhança com os candidatos do DEM e PTB. Nos dois últimos anos de gestão, 2003 e 2004, as suas contas foram reprovadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios.

Davidson Magalhães (PCdoB), que exerceu o mandato de deputado federal na condição de segundo suplente da coligação enquanto Nelson Pelegrino (PT) estava à frente da Secretaria Estadual do Turismo, aparece na disputa também.

Davidson, inclusive, é o terceiro que mais declarou ter recebido recursos até o momento, R$ 70.279,4. Sendo R$ 49.971 doados pelo diretório municipal dos comunistas.

Outros postulantes — No páreo ainda estão os candidatos Coronel Santana (PTN), Doutor Mangabeira (PDT), Mister Cuca (Psol) e Zé Roberto (PSTU).

Classificação Indicativa: Livre

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