Eleições / Eleições 2022
Publicado em 30/08/2022, às 10h41 Lucas Marchesini/Folhapress
Dois empresários do agronegócio com o nome na dívida ativa da União doaram R$ 10 mil cada um para a campanha de Jair Bolsonaro (PL).
O agronegócio é um dos pilares de apoio de Bolsonaro na sua busca pela reeleição. O setor é cobiçado também pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A maior dívida é de Rodrigo Borghetti Zampieri, de Campo Grande (MS), que tem uma inscrição de R$ 299,4 mil por dívidas tributárias.
O segundo nome é o americano Eugene Douglas Ferrell, que produz no Brasil desde 1974. Ele vive em Querência (MT) e tem uma dívida previdenciária de R$ 11.967. Zampieri e Ferrell não responderam às perguntas da reportagem.
A Dívida Ativa da União reúne débitos tributários e não tributários vencidos e não pagos.
As doações de R$ 10 mil estão dentro de um pacote de 13 repasses do mesmo valor feitos para a campanha de Bolsonaro por empresários do agronegócio de diversos estados. A maioria foi feita entre 22 e 26 de agosto.
Em 10 de agosto, Bolsonaro participou do Encontro Nacional do Agro, em Brasília, na companhia do candidato a vice na sua chapa, o Walter Braga Netto. O evento foi organizado pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura), que já declarou seu apoio ao atual presidente.
Lula diz que o agro é fascista 🫣 pic.twitter.com/GGKxq8F1jB
— Cristiano Müller da Silva 🇧🇷🇺🇲 (@CristianoMsblue) August 26, 2022
Já Lula conta com parlamentares de Mato Grosso e da família de Blairo Maggi, um dos maiores produtores de soja do Brasil e ex-ministro da Agricultura durante o governo de Michel Temer (MDB), para se aproximar do setor.
Apesar da tentativa, a campanha petista derrapou ao incluir no plano de governo de Lula uma proposta para regular a produção agrícola, o que foi explorado pela campanha de Bolsonaro. O PT diz ter havido um erro e excluiu o trecho posteriormente.
Ao todo, a campanha de Bolsonaro já declarou R$ 11,5 milhões em receitas, dos quais R$ 10 milhões vieram do Fundo Partidário do PL.
O presidente da República era um crítico do uso de verbas públicas em campanhas e, em 2020, chegou a aconselhar seus eleitores a não votarem em candidatos que utilizassem esse tipo de recurso.
Doações de empresas para campanhas eleitorais são proibidas. A principal fonte de financiamento é o fundo eleitoral, que neste ano distribui R$ 5 bilhões entre os candidatos. O valor pode ser complementado com doações de pessoas físicas.
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