Economia & Mercado

Setor de tecnologia é o que possui mais vagas difíceis de serem preenchidas, afirmam especialistas

Divulgação / Freepik
Especialistas explicam o que fazer para solucionar o problema  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Freepik

Publicado em 10/12/2023, às 10h33 - Atualizado às 10h37   Cadastrado por Verônica Macêdo


FacebookTwitterWhatsApp

Apesar do desemprego alto no país, inúmeras empresas, especialmente do setor de tecnologia estão com grandes dificuldades para encontrar profissionais habilitados para preencher vagas em alguns cargos específicos.

Inscreva-se no canal do BNews no WhatsApp.

O BNews entrevistou especialistas da área que explicaram por que isso ocorre e o que fazer para minimizar ou resolver o problema.

Segundo o headhunter (caçador de talentos) Nelson Leal da Perfil On-Line RH Divisão Executive Search, embora haja muitas vagas, poucas pessoas têm a capacidade de preencher todos os requisitos e encontram problemas na parte técnica.

“Normalmente, nós entrevistamos muitos candidatos diariamente e percebemos que grande parte deles colocam experiências e  informações no currículo que, na realidade, na prática, não bate com as informações. A cada dez profissionais avaliados em nossos processos seletivos , apenas 2/3 são aprovados”, esclarece o headhunter.

Ele explica que as vagas sobram no segmento de tecnologia porque o nível de exigência dessas oportunidades e desafios costuma ser alto e, por isso mesmo, os salários, em geral, são bem satisfatórios.

Paulo Paliarini, diretor de Tecnologia e Inovação na Propay, pontua que o segmento tecnológico evolui a cada dia, o que exige profissionais com conhecimentos cada vez mais específicos. “Não basta mais o entendimento básico e, por isso, apesar de existirem diversos profissionais que atuam na área, nem todos possuem todo o conhecimento específico necessário dependendo da função. Hoje há mais vagas do que profissionais altamente qualificados”, alerta.

“Em nossos processos seletivos também mostra que, para além das hard skills - habilidades técnicas adquiridas por meio de formação tradicional e capacitação, como cursos, treinamentos e workshops. -, as empresas relatam o quão difícil é encontrar pessoas com as soft skills necessárias - habilidades comportamentais relacionadas a maneira como o profissional lida com o outro e consigo mesmo em diferentes situações”, sinaliza Nelson.

Na área de T.I, por exemplo, as habilidades comportamentais mais desejadas pelas empresas são: raciocínio e solução de problemas; resiliência e adaptabilidade; tomada de iniciativa; pensamento crítico e analítico; colaboração e trabalho em equipe. 

Mas o que fazer para mudar este cenário?

Segundo o CEO da Trilha Carreira Interativa, Bruno Martins, o caminho para mudar esse cenário brasileiro é aumentar o investimento em capacitação e em qualificação de mão de obra que vai desde o nível técnico até o superior já que o gargalo de profissionais passa por todos as áreas. 

“Nós acreditamos na preparação destes profissionais junto ao mercado, em parceria com colégios, faculdades, escolas técnicas, cursos livres e patrocinados pelas próprias empresas, Isso ajudará a mostrar para as universidades quais cursos e quais ferramentas o mercado está exigindo e, assim, poder fomentar mais mão de obra qualificada, conforme exigência mercadológica”, assegura Nelson. 

Para ele, ainda faltam incentivos do governo para os empresários de médio e grande porte possam patrocinar esses cursos junto às escolas. “Eu sempre oriento aos nossos candidatos que o melhor momento para se buscar um novo desafio é quando estão trabalhando, pois, assim, eles têm condições financeiras para investir em cursos capacitadores, de especialização, com foco no aprimoramento do currículo”.

De acordo com o headhunter, os salários estão em regime PJ e CLT, a cada dia acima da média, com vagas em todas as empresas no Brasil e possibilidade de trabalhar remotamente. Para algumas profissões, o indicador leva em conta um valor de acordo com o nível em que o profissional está na carreira.

Os salários vão de R$8.000,00 (inicialmente) até R$ 30.000,00, média de R$ 20 a 30 mil nas grandes capitais, segundo Bruno Martins.

Paliarini enfatiza que as pessoas desempregadas ou em busca de novas oportunidades no mercado têm na área tecnológica grandes chances de crescimento. “Quanto mais se especializarem, mais vão se destacar e conquistar oportunidades em grandes companhias”, orienta. 

E vai além ao assegurar a que “esta dificuldade acontece no Brasil todo. Entretanto, grandes capitais tendem a dispor de mais profissionais especializados em TI”.

Clique aqui e se inscreva no canal do BNews no Youtube!

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp