Economia & Mercado
Publicado em 18/05/2023, às 17h10 Téo Mazzoni
A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) atualizou o valor do montante de dívidas das empresas com a Previdência, inicialmente estimado em R$ 423,9 milhões. A atualização foi realizada devido à omissão dos débitos relativos à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e PIS.
[De forma constitucional, esses impostos foram criados para financiar a Previdência Social. A reforma vai garantir 50 anos de corrupção e não pagamento de dívidas]
Diante disso, o montante total da dívida das 118,7 mil empresas chega a quase R$ 1 trilhão (R$ 935 bilhões), segundo o relatório do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/RS).
A PGFN relacionou as 118.714 empresas com dívidas ativas referentes a Cofins, CSLL e PIS superiores a R$ 100 mil, entre as quais figuram a Vale, a maior devedora, com R$ 12,7 bilhões, a Samarco (R$ 287 milhões, bancos como o Bradesco, que comercializa previdência privada e tem interesse direto na reforma da Previdência (para a qual deve R$ 1,5 bilhão); e a Gerdau.
A segunda maior sonegadora, a holding Carital Brasil, deve R$ 5,5 bilhões à Previdência.
Em 2014, o ex-diretor financeiro da empresa, Carlos de Souza Monteiro, foi acusado de sonegação de R$ 145,6 milhões e condenado pela 7ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo a mais de sete anos de prisão e pagamento de indenização de R$ 1 milhão ao Fisco por danos morais coletivos.
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A economista Anelise Manganelli, do Dieese/RS, que elaborou o estudo, destaca que apesar das alterações dos instrumentos e a forma de atuação, concentrados atualmente no combate à sonegação, há somente cerca de 900 auditores fiscais da Receita Federal no trabalho voltado às contribuições previdenciárias.
A Anelise concedeu entrevista ao jornal Extra Classe, do Rio Grande do Sul. A economista explica ainda por que o "déficit" da Previdência alegado pelo governo para vender a reforma é um mito que não se sustenta.
De acordo com o levantamento do Dieese/RS junto à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), as dívidas de empresas com a seguridade social atingiram em fevereiro de 2017 o total de R$ 935 bilhões, ou seja, mais que o dobro do que vinha sendo divulgado.
"Os totais que vêm sendo divulgados que, em geral atingem R$ 432,9 bilhões representam débitos de contribuições previdenciárias dos empregadores e dos segurados, contribuições devidas a terceiros, assim entendidos outras entidades e fundos, e a contribuição para o salário-educação", afirmou.
Não estão incluídas nessas dívidas os valores devidos à Previdência relativos à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e PIS.
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