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Crise na Tok&Stok envolve dívidas, pedido de falência e fechamento de lojas; entenda

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Em fevereiro deste ano, os problemas da Tok&Stok vieram a tona, após uma ação de despejo  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 30/04/2023, às 14h34   Cadastrada por Letícia Rastelly


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A Tok&Stok, fundada em 1978 pelo casal francês Régis e Ghislaine Dubrule, é a maior rede de varejo de móveis e decoração do Brasil, mas pode perder o posto por causa da quantidade de problemas que vem enfrentando. Atualmente eles têm uma dívida estimada em R$ 600 milhões, pedido de falência junto a Justiça feito por um credor e ainda estão fechando lojas.

Em 2012, os fundadores venderam 60% da empresa para o fundo norte-americano Carlyle Group, por R$ 700 milhões. Em fevereiro deste ano, os problemas da empresa vieram a tona, após uma ação de despejo por causa do atraso no pagamento do aluguel do imovél que abrigava um centro de distribuição na cidade de Extrema, em Minas Gerais.

Na época, a dívida foi paga em juízo e a ação foi encerrada, mas isso fez a Tok&Stok contratar uma empresa de consultoria especializada em reestruturação financeira, que também está cuidando das Americanas, a Alvarez e Marsal.

Mudanças
Neste mês, três executivos do alto escalão foram demitidos e quem assumiu o cargo de gestora executiva foi a fundadora da empresa, Ghislaine Dubrule. Posteriormente, Roberto Szachnowicz, ex-presidente da Etna, assumiu o cargo de CEO. Vale lembrar que a antiga empresa de Roberto era concorrente da Tol&Stok e encerrou as operações no mês passado.

Pedido de falência
Na Justiça corre um processo de pedido de falência que foi solicitado pela empresa de consultoria e tecnologia Domus Aurea. Eles cobram R$ 3,8 milhões relativos a três meses de atraso no pagamento de um projeto encomendado pela Tok&Stok.

Lojas fechadas
Para reduzir custos, a empresa começou a fechar lojas: uma no Shopping Iguatemi Bosque, em Fortaleza (CE), e outra no Shopping Praia de Belas, em Porto Alegre (RS). Na época, a Tok&Stok anunciou descontos de até 50% nas unidades.

De acordo com o UOL, outras lojas serão fechadas: shoppings Jockey Plaza (PR), Piracicaba (SP), Vila Velha (ES), Pátio Brasil (DF), Barra Shopping (BA), Recife (PE), NorteShopping (RJ) e a loja no bairro Água Fria, em Fortaleza (CE), além de outras sete unidades, ainda não reveladas. Va lembrar que a varejista começou o ano com 67 unidades espalhadas pelo país e deve finalizar com 50.

Estratégias
Ainda segundo o Uol, para alavancar a empresa, o grupo acionista americano deve fazer um aporte de R$ 100 milhões. A informação, entretanto, ainda não foi confirmada.

Como começou a crise?
O presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar ), Claudio Felisoni, fez um análise junto ao Uol explicando que a pandemia foi o pontapé para a crise no setor. Segundo a publicação, "no início da pandemia, houve um crescimento da demanda por produtos de decoração. Empresas do setor ampliaram seus estoques e se empolgaram com o cenário. Em 2020, a Tok&Stok cogitou abrir seu capital na Bolsa, mas as condições de mercado pioraram e o plano não vingou. O cenário durou pouco e resultou em problemas de capital de giro. As empresas estavam com os estoques cheios, mas, com o alívio na pandemia, as vendas caíram".

Além disso, a compra online que se intensificou nesse período, fez com que o custo de manter lojas físicas não compensasse em alguns municípios. "Essas empresas tiveram um aquecimento baseado numa coisa que não era duradoura (pandemia). Passadas essas condições, a realidade se mostrou e o setor foi prejudicado", disse Felisoni.

Cláudio também explicou que a crise das Americanas agravou as condições do varejo em geral, pois aumentou a desconfiança dos investidores e criou dificuldades para o crédito. "O setor vem se transformando desde a pandemia, e o futuro depende de quem conseguirá se adaptar a essa nova realidade. Nichos como pet shops e deliveries são promissores, enquanto, lojas de departamento e hipermercados devem sofrer mais" finalizou o presidente.

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