Economia & Mercado
Publicado em 03/09/2023, às 14h03 - Atualizado às 14h43 Cadastrado por Verônica Macêdo
Dificuldade na comprovação da identidade do consumidor em transações on-line afeta mais de 150 milhões de brasileiros por ano e pode deixar de gerar R$ 120 bilhões em vendas, caso as compras com cartões de crédito de terceiros passarem a ser recusadas.
Isso porque cerca de 30% das comercializações feitas de forma virtual são fechadas através da utilização de cartões de crédito. É o que aponta estudo realizado pela Unico, com dados da Associação Brasileira de Cartões (Abecs)
O problema é que, para combater as fraudes exercidas por terceiros, os bancos têm dificultado as vendas on-line, exigindo, cada vez mais, comprovações da identidade do comprador.
É preciso estar atento, a partir de agora, pois “o hábito brasileiro de emprestar o cartão para parentes e amigos ou de usar meio de pagamento de titularidade diferente daquela da assinatura do streaming ou da conta na plataforma de vendas está na mira das empresas que querem minimizar o risco de fraude”, afirma reportagem do jornal O Globo.
“O brasileiro tem essa cultura de emprestar cartão. É um problema, porque é difícil determinar se o cartão está sendo usado com consentimento ou se é uma fraude; por isso a importância das camadas de segurança”, explica Gabriel Pirajá, CEO da Unico.
De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, realizada nos últimos 12 meses, 32% dos consumidores fizeram compras com cheque, cartão de crédito, crediário, empréstimo ou financiamento usando o nome de outra pessoa. Desses, o levantamento constatou que 24% usaram cartão de crédito.
Como o compartilhamento consentido do cartão de crédito é atitude culturalmente implantada entre os brasileiros, o comércio varejista se adaptou para não perder clientes e passou a exigir assinatura digital, biometria da face e aplicativos de reconhecimento de voz para identificar os usuários.
“As plataformas já ampliaram cruzamentos de informações na hora da compra, o que pode levar a um aumento na recusa das transações sob alegação de uso indevido de um cartão de crédito”, ressalta o vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Rodrigo Bandeira, em entrevista ao jornal.
E alguns bancos, para aumentar o quesito segurança, têm indicado aos clientes a aquisição de cartões virtuais temporários, que, na maioria das instituições, só podem ser gerados pelo titular.
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