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Associação Atlética: valor oferecido pode ser quatro vezes menor

Imagem Associação Atlética: valor oferecido pode ser quatro vezes menor
Consórcio faz proposta milionária para construir Hotel de luxo na Barra   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 17/05/2012, às 13h39   Luiz Fernando Lima



A possibilidade iminente de  venda de parte da estrutura da Associação Atlética da Bahia (AAB) vem provocando uma quebra de braço entre diretoria, conselho deliberativo e parte dos associados.

Nesta quarta-feira (16), a diretoria da associação enviou nota à imprensa reconhecendo que uma proposta foi feita em 26 de abril.

“A ideia foi considerada interessante tanto que a diretoria está chamando, através de editais, outros interessados que se proponham a pagar melhor”, revela o material enviado à imprensa.

Na verdade, a “ideia” foi aprovada por unanimidade na reunião de abril. Contudo, a presidência da AAB deixa claro que ainda aguarda pela homologação nos outros fóruns adequados - leia-se assembleia geral dos associados.

“Estamos aguardando novas propostas para análise final pelos órgãos competentes do Clube, Diretoria, Conselho Deliberativo e Assembleia Geral, além de uma comissão de associados que será criada para o acompanhamento até o final”.

Para o ex-diretor jurídico da associação, Gustavo Alvarenga de Miranda, a condução do negócio suscita dúvidas. Primeiro, pela velocidade com a qual tudo está sendo feita. As declarações também vão todos no sentido de que o negócio já está fechado. 

“A diretoria coloca a inadimplência dos lojistas como um dos pontos para a venda, mas o clube nunca cobrou os devedores”, afirma Miranda.

Sobre os aluguéis, a nota oficial demonstra que a proposta do consórcio, formado pelas empresas Ramada Worldwide, Monteiro Aranha e Garcez Engenharia, ficará responsável por pagar não apenas o que já deveria ser arrecadado na atual administração, mas também como na futura.

Na proposta, o grupo pagaria R$ 60 mil mensais por três anos, tempo estimado para construção do empreendimento, referentes ao aluguel atual das lojas. Ao final das obras, a proposta ainda estabelece o pagamento R$ 70 mil mensais por outros dez anos.  Este como parte de um acordo de gestão sobre as lojas futuras, que continuariam sendo de propriedade da AAB.

O clube, segundo documento enviado à imprensa, sofreria poucas mudanças. (Clique aqui para conferir o que mudaria)

O ex-diretor e associado questiona a necessidade e o entusiasmo da diretoria por vender uma parte significativa do clube. “O clube está com a economia saudável e não tem fins lucrativos”.

Os empresários ofereceram ainda R$ 1 milhão pelo espaço, além da construção de algumas benfeitorias. Miranda questiona o valor. “Chamo a atenção, ainda, para o fato de que na área onde está localizado o clube, o valor médio do terreno é de R$ 2 mil por m² e o clube está vendendo a área de 2.1 mil por R$ 1 milhão, quando deveria vender por no mínimo R$ 4.2 milhões”.

Para Ademar Brito, o clube vai sair ganhando “pois terá um valor líquido em caixa e receberá mensalidades essenciais para seu fortalecimento”. Contudo, a diferença entre o valor oferecido pelos incorporados e o do levantamento do associado deixam uma pulga atrás da orelha dos interessados.

Fato é que muita água ainda vai correr por debaixo desta ponte e que é de conhecimento público que o lobby do setor imobiliário é um dos mais agressivos economicamente da atualidade.

A diretoria convocou os associados para uma assembleia geral que será realizada no próximo dia 26 de maio. Quando acontecer terá transcorrido apenas um mês desde que a proposta foi feita. Na avaliação de Miranda “pouco tempo para analisar os prejuízos de vender uma parte do clube”.

Na da administração, tempo suficiente para entender que a proposta é boa para todos. A disputa promete ser levada às últimas consequências. A reportagem do Bocão News seguirá acompanhando os desdobramentos.

Foto: Gilberto Júnior // Bocão News
Nota oroginalmente publicada às 22h do dia 16

Classificação Indicativa: Livre

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