Economia & Mercado
Publicado em 20/08/2018, às 07h02 Folhapress
A rigidez do quarteto terno, gravata, tailleur e salto está fora de moda nos bancos. Tradicionalmente usado como forma de transmitir credibilidade, o vestuário conservador das agências tem dado lugar a roupas mais informais.
Com o novo “dress code”, as instituições querem, além de motivar a equipe, deixar o cliente se sentir mais à vontade.
Ao mesmo tempo, os bancos tentam responder à concorrência das novatas do setor, as chamadas fintechs, que apostam em tecnologia e estruturas mais enxutas para vender proximidade do consumidor e atenção ao serviço.
Com mais de 200 anos, o Banco do Brasil lançou um guia de vestuário. No lugar de impor regras, no entanto, a instituição reforça que um estilo informal não é, necessariamente, um problema e que noções de bom senso podem ser relativas para uma instituição com mais de 4.000 agências e 100 mil funcionários espalhados pelo país. Isso inclui, segundo o Banco do Brasil, considerar que uma vestimenta formal pode intimidar certos públicos.
“No meu primeiro cargo de gerência, a primeira coisa que ganhei foi um terno. Paletó com gravata era o adequado, mas isso agora pode afastar alguns clientes”, afirma João Rabelo, vice-presidente de gestão de pessoas, suprimentos e operações do BB.
Terno e gravata, diz o banco, podem ser apropriados para certas ocasiões e regiões, mas não são obrigatórios. O que vale é a adequação.
“Uma funcionária que trabalha em uma cidade do agronegócio disse que faria mais sentido trabalhar de camisa, calça jeans e bota, porque é assim que o seu cliente se enxergava”, afirma Rabelo.
“As necessidades vão mudando, as características dos clientes também, e a gente precisa se adaptar. Principalmente no digital, os atributos são valorizados mais pela forma como o contato se dá e menos pelo vestuário”, diz Rabelo.
Nas agências digitais do Itaú, maior banco privado do país, o traje social ainda é recomendado, mas o jeans se tornou uma possibilidade, e a gravata, dispensável.
O Itaú flexibilizou seu “dress code” no fim do primeiro semestre para todos os 86 mil funcionários, inclusive aqueles das agências.
A esses, no entanto, é recomendado um “cuidado adicional”. Isso significa manter um traje social, mas sem a obrigatoriedade de gravata e paletó para homens e saltos para mulheres.
No Bradesco, às sextas-feiras, os empregados são incentivados a adotar uma atitude mais casual, e isso inclui deixar a gravata no armário.
“Vemos um processo contínuo, que é absorvido pelo cliente gradativamente. Muitas vezes, ele ainda gosta de ser atendido de maneira formal”, diz Glaucimar Peticov, diretora-executiva do Bradesco.
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