Economia & Mercado

Compra da Daslu é mais um imbróglio envolvendo o empresário Creso Suerdick

Publicado em 14/03/2016, às 11h40   Redação Bocão News (bocaonews)



Mais um imbróglio envolvendo o empresário Creso Suerdick em transação empresarial para além da compra do jornal A Tarde. A revista Exame traz matéria com título “É rolo atrás de rolo” onde faz um relato das negociações envolvendo a venda da Daslu, varejista de luxo, e o grupo DX Group, do qual Creso é sócio.

Com argumento de que daria um choque de gestão, o empresário baiano Creso Suerdick comprou a Daslu e pretendia retormar a credibilidade da varejista. Mas, como não podia deixar de ser quando envolve a Daslu, a história tem um figurino um pouco mais complicado do que parece.

Suerdieck comprou as ações de um grupo de executivos da Daslu, incluindo o diretor Eduardo João, que detinha 52% da companhia por meio da Moda Brasil Participações. A Laep permaneceu como sócia minoritária, com 48% das ações. Como novo dono da Moda Brasil, Suerdieck escolheu dois novos diretores, Elizeu Lima e Marcelo Giovannetti, para substituir os administradores.

Mas a posse durou pouco. Em 24 de fevereiro, a Laep obteve uma liminar para suspender a operação — e, até o fechamento desta edição, a Moda Brasil não havia conseguido derrubá-la. Segundo a Laep, a Moda Brasil havia se comprometido a fazer um aporte de 11 milhões de reais no caixa da empresa.

O acordo foi feito em novembro de 2014, com os antigos sócios — eles teriam 12 meses para colocar o dinheiro no caixa. Com a venda, essa obrigação teria passado para os novos acionistas, reunidos no grupo de Creso Suerdieck. Mas, em vez de colocar dinheiro, o empresário baiano aportou um terreno ao patrimônio da Daslu, o que a Laep argumenta ser um descumprimento da cláusula.

O Bocão News procurou Creso para falar sobre a matérias, mas ele estava em reunião. Disse apenas que as coisas não são como estão postas na matéria.

Herdeiro da tradicional fabricante de charutos baiana Suerdieck, ele foi DJ em Salvador na adolescência e, em 2003, fundou a DX Group para comprar empresas em recuperação judicial. Em pouco mais de uma década, comprou mais de 12 empresas em dificuldade, como o jornal A Tarde, a empresa de metalurgia Metalsistem e a de projetos de construção Seebla Engenharia.

Suerdieck é acusado de caloteiro por uma empresária de São Paulo que vendeu a ele dois carros de luxo — e ele a processa por danos morais.

Em algumas das recuperações judiciais, o empresário e seus sócios são acusados de “dilapidar” as empresas compradas, sem cumprir os planos de recuperação — foi o caso da fabricante de produtos plásticos Silflex, segundo a decisão do juiz que decretou a falência da empresa, em novembro de 2013 (ele diz que vendeu a empresa dois anos antes).A retomada dos tempos de glória está longe para a Daslu. Não bastasse a disputa entre os sócios, a situação financeira é péssima. No início do ano, a Nukk Alfaiataria, que produz roupas para marcas de luxo, entrou com pedido de falência da Daslu por não receber pagamentos. Também há um processo de despejo da Daslu no shop­ping Riomar, em Recife, por falta de pagamento do aluguel.

O plano da nova gestão é ampliar o número de lojas com franquias e unidades menores, além da compra de outras marcas de luxo para ampliar a rede. Claro, esse é um sonho distante. Afinal, a Justiça precisa, antes de qualquer coisa, definir se a “nova gestão” é mesmo de quem acha que é.

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