A produção industrial no Brasil caiu 2,4% em novembro do ano passado em relação ao mês anterior, conforme apontou a última pesquisa do IBGE divulgada nesta terça-feira (12). Na medição dos últimos 12 meses, tendo como base novembro de 2014 e o de 2015, a queda foi ainda mais expressiva: 7,7%. A Bahia acompanhou o
cenário nacional tendo um desempenho um pouco menos drástico com baixa de 2% em novembro e de 6,6% no acumulado dos 12 meses.
O economista Maurício Pedrão, da Superintendência de Desenvolvimento Industrial da Fieb, acredita que o cenário tende a melhorar em 2016, principalmente, se a desvalorização do Real em relação ao Dólar permanecer nos patamares atuais. “O desempenho preocupa muito, mas temos um viés otimista. O Real estava supervalorizado, inclusive, de forma pouco sólida e isso contribuiu para a redução da competitividade da indústria nacional”.
A instabilidade política também colaborou para a retração, no entanto, a parcela é menor do que se imagina. Pedrão acredita, por exemplo, que as sucessivas investidas chinesas tenham um impacto muito maior no desempenho industrial. “A desvalorização das Commodities também comprometeu o resultado”.
Otimismo
Na Bahia, a expectativa é positiva em torno das exportações de celulose, grãos e farelo de soja. No médio prazo, a Ferrovia de Integração Oeste-Lestes (Fiol) e o Porto Sul – se concluídos – também colaborarão com o segmento industrial. Atualmente, a Indústria responde por 20% do produto interno bruto do estado.
Tempo
Por enquanto, é torcer para que o Dólar permaneça em alta, o Real em baixa e que o cenário político volte a um nível razoável de convivência institucional. O problema é que o Congresso Nacional tem na agenda pautas como impeachment da presidente Dilma Rousseff, a cassação do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, além, é claro, da esteira da Lava Jato que ainda promete arrastar muitos quadros proeminentes da política nacional para os corredores da PF em Curitiba.
Publicada originalmente às 18h do dia 12 de janeiro