Direto de Brasília

Chico Alencar diz que há desinteresse nos debates e política de clientela

Publicado em 15/04/2016, às 21h58   Luiz Fernando Lima (@limaluizf) e Eliezer Santos (@eliezer_sj)


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Em conversa com a reportagem do Bocão News em Brasília, nesta sexta-feira (15), o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) revelou que os debates às vésperas da votação de domingo (17) estão esvaziados. Ele contou que ouviu alguns deputados dizerem que viajariam para suas bases estaduais e só retornariam apenas no domingo para a votação. “Estou surpreso, não imaginava que houvesse tanto desinteresse”.

“Cada um fala para si mesmo e para sua bancada. Isso significa que ninguém convence mais ninguém”, relatou, ao avaliar que as negociações seguem a todo vapor nos bastidores do poder.

“O senador Romero Jucá (PMDB-PE) é um excelente gerente de recursos humanos e ele está operando fortemente pelo eventual novo governo Michel Temer. No Palácio do Jaburu [residência do vice-presidente] há romarias. Isso se chama baixa política de clientela. Degeneração do padrão ético da política, que deve ser feita com ideias, causas, projetos de Brasil. Isso significa que, se Temer vier a assumir o governo, será mais do mesmo e piorado, porque o apreço por movimentos sociais e mudanças efetivas não existem. A oligarquias de sempre. Mudar para ficar como tudo está”, afirmou, reiterando que votará contra o impeachment de Dilma.

Chico Alencar disse não participar “de forma alguma” das articulações pela captação de votos. Conta que seu único ato nesta seara foi um conselho dado ao deputado Aliel Machado (Rede-PR), ex-PCdoB, para que “não se afastasse do campo progressista”. “Isso é a baixa política, é o intestino grosso do que há de pior na política, é o toma lá dá cá que, se Dilma cair, pelo visto vai continuar.

“Virão novas crises, novos mares de lama, porque o PBMD, convenhamos, não é nenhum exemplo de moralidade pública”, disparou.

Alencar ainda brincou com as prévias do placar de domingo, anunciadas a todo momento pelo governo e oposição. “Cada lado canta números que, se somados, chegariam a 800 deputados. O povo às vezes não aguenta 513, pelas falcatruas que muitos aqui fazem, que dirá esse número”.

“Estou como aquele jogador de futebol, aquecendo no campo antes de um clássico; perguntaram: qual seu prognóstico? Ele falou, meu prognóstico eu só dou depois do jogo”, esquivou.

Ele afirmou ainda que o PSOL não pretende judicializar a questão em caso de resultado desfavorável, “não ser que haja alguma aberração”.

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