Denúncia

Corpos aguardam há 3 anos no IML por sepultamento; impasse com prefeitura atrasa enterros

Reprodução/ Google Maps
Corpos não identificados devem ser sepultados pelo poder público municipal, segundo lei estadual. Município diz que cadáveres vindos de outras cidades devem ser enterrados pelas respectivas prefeituras.  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Google Maps
Lindaura Berlink

por Lindaura Berlink

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Publicado em 16/09/2023, às 19h03 - Atualizado às 19h36


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Pelo menos 15 corpos, não identificados, aguardam por sepultamento, no Instituto de Medicina Legal (IML) na cidade de Teresina, no Piauí. Alguns deles guardados há três anos.

A demora é devido a um impasse com a Prefeitura Municipal da capital, que se recusa a sepultar corpos vindos de outros municípios sob a alegação de que eles devem ser enterrados pelas prefeituras das cidades de origem.

Em Teresina, o chamado "Benefício Eventual do Auxílio Funerário", é realizado pela Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi).

Em nota, o órgão afirmou não ser responsável por corpos vindos de outros municípios e que existem impedimentos legais e questões orçamentárias. (leia na íntegra no fim da reportagem).

Conforme apurado pelo BNews, a preocupação é que, com o acúmulo de corpos, o órgão possa enfrentar uma superlotação. Uma saída que o instituto tem adotado é doar os cadáveres para instituições de ensino e pesquisa, mas ainda não é suficiente.

O que diz a lei

A Lei Nº 7729, de fevereiro de 2022, diz que: "Os cadáveres não reclamados e/ou não identificados junto às autoridades públicas, no prazo de 30 (trinta) dias, deverão ser sepultados nos cemitérios públicos dos municípios onde instalado o Instituto Médico Legal que custodiar o cadáver".

Ainda conforme a lei, a Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (SASC) deve firmar convênios com os municípios para que seja compensados pelas despesas decorrentes do sepultamento.

A situação é acompanhada pelo Ministério Público do Piauí, que realizou uma audiência extrajudicial no início deste mês. O órgão informou haver necessidade de averiguar a regulamentação dos benefícios eventuais pelos municípios.

Ao fim, ficou definido que a SASC e o Tribunal de Contas do Estado deverão realizar uma reunião para alinhar ações, visando à efetivação do convênio com os municípios, para que eles assumam plenamente suas atribuições.

Veja a íntegra da nota da Semcaspi

A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi) tem cumprido a legislação no que diz respeito ao Benefício Eventual do Auxílio Funerário, que visa atender a demanda apenas de mortes ocorridas na capital de Teresina, presentes no Instituto Médico Legal (IML), órgão estadual com sede na capital.

O auxílio funerário oferta urna funerária e o translado para o transporte do corpo até um cemitério na capital, que é de responsabilidade das SAADs.

No entanto, a Semcaspi, enquanto órgão municipal, não é responsável por corpos vindos de outros municípios do Piauí, principalmente, por haver impedimentos legais e por questões orçamentárias para tal procedimento.

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