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Insinuante anunciou um preço e quis vender por outro, diz consumidor

Imagem Insinuante anunciou um preço e quis vender por outro, diz consumidor
Homem ficou aborrecido com o tom arrogante do gerente, que cedeu depois de muita pressão  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 02/03/2013, às 08h01   Terena Cardoso (Twitter: @terena_cardoso)



O chaveiro Anatelito Carmo Serra, de 40 anos, queria comprar um celular com dois chips e encontrou uma oferta agradável na loja Insinuante, ao lado do Shopping Litoral Norte, em Lauro de Freitas. Um aparelho LG por R$ 99. No entanto, na hora de pagar o produto, a surpresa: “Me disseram que ele custava R$ 129,00”, conta.

Indignado e ciente de seus direitos, Anelito disse que não ia pagar o valor a mais. “Eu conheço o código de defesa do consumidor e sei que se eles expõem um valor, não somos obrigados a pagar a mais quando chegamos no caixa e mandei chamar o gerente da loja. Ele quis me dobrar, me chamou pra conversar em um canto, mas eu não quis. No balcão mesmo eu disse que não ia pagar e que ia levar o aparelho pelo valor que eu vi”, afirma.


Precavido, Anelito tirou foto do celular com o preço exposto

Conformado, o gerente cedeu à reclamação de Anelito, que não se deu por satisfeito. “Eu consegui comprar o celular por R$ 99, mas fiquei muito chateado. Se a gente deixa passar, esses caras seguem em frente fazendo do cliente de qualquer coisa. Eles vão fazendo e a gente vai aceitando e chega a um ponto que vira uma bola de neve”, desabafa o chaveiro, que diz ainda ter sido obrigado a presenciar o gerente repreender uma de suas funcionárias.

“Ele disse que quem ia pagar pelo valor a mais seria a menina que estava no caixa e quis argumentar comigo porque eu sou comerciante também. Ele perguntou se eu nunca errei um preço e eu disse que sim, mas que era honesto e arcava com os meus erros e ele ficou agindo com ironia, dizendo que R$ 29 era muito para a menina pagar, aí fiquei mais aborrecido ainda. Eu quero que eles saibam o que eu senti. Não quero dinheiro, nem nada. Eu quero apenas que ele entenda a função dele de gerente que trabalha com um meio de público o qual ele não pode falar certas coisas”, acredita Anelito.

Agiu corretamente

A advogada Alane Virgínia Azevedo, especialista em direitos do consumidor, reconhece que a ação de Anelito foi correta. “Se o cliente teve acesso a um valor e ao registrar no caixa aparece um valor diverso, o consumidor tem o direito de levar a mercadoria pelo menor preço dos dois"
, explica. No entanto, ela diz que a norma não vale se o erro for grotesco."No caso de a diferença ser muito gritante, há de se ponderar, porque o consumidor também não pode tirar proveito da situação. Temos de levar em consideração o princípio da boa-fé. Certamente, um notebook oferecido por R$ 1,00 em um encarte deixa claro que houve um erro", diz.

Processo

Vale ressaltar, que se o cliente se sentiu constrangido ou com sua moral abalada, ele pode entrar com uma ação judicial contra o estabelecimento.
Nem toda situação de descontentamento representa um dano moral. É preciso analisar cada caso individualmente”, finaliza. 

No início desta tarde, a reportagem tentou localizar a Insinuante para comentar o caso, mas não obteve sucesso.

Nota atualizada às 13h42 do dia 01/03


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