Denúncia

Diretor da Fapesb justifica nomeação de parentes de deputado: eles têm competência

Publicado em 16/12/2014, às 06h52   Adelia Felix (Twitter: @adelia_felix)



O diretor geral da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Roberto Paulo Machado Lopes, conversou com o Bocão News nesta segunda-feira (15), após denúncia de que a Fundação teria se tornado um “feudo familiar” do deputado estadual Euclides Nunes Fernandes (PDT).
Trabalhadores da própria instituição, ligada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), procuraram a reportagem para denunciar diversas nomeações de parentes do parlamentar para preenchimento dos cargos em comissão/Reda. Segundo documentos fornecidos por funcionários, pelo menos 25 pessoas estariam envolvidas no esquema.
Sobre as nomeações de parentes do deputado que ocupam cargos na Fapesb - entre eles estão o filho do parlamentar, Yann Andrade Fernandes, que atua como "coordenador III", e o irmão do pedetista, Expedito Fernandes, "coordenador II" -, o diretor Roberto Paulo afirmou que são posições de "confiança" e eles foram nomeados por "competência".
“Yan tinha um cargo muito pequeno, um cargo baixo, e ele foi nomeado para um cargo muito melhor, não muito alto, mas mediano, baseado no critério dele. Ele é administrador. Ele não pode ser privilegiado, mas também não pode ser prejudicado”, disse.
E continua: “cargo acaba sendo de livre nomeação. Cargo de livre nomeação são cargos de confiança. Muitos outros já passaram por aqui e exonerei porque não fizeram um bom trabalho. Todos que estão nomeados desempenham muito bem as suas funções”, arremata.
Já sobre os parentes do deputado que desenvolvem projetos há anos na Fundação, e fazem parte do Programa de Bolsas de Estudos (Progbol), ele apenas disse que ninguém recebe o benefício se não estiver cursando mestrado ou doutorado. Ele acrescentou também que a seleção obedece o edital da Fapesb.
Questionado sobre o projeto da esposa de um sobrinho do deputado, Marcia Cristina Nunes Fernandes, que desde o ano de 2010 acompanha as atividades do centro de documentação e informação da Fapesb, e já embolsou mais de R$ 85 mil da instituição, Roberto Paulo não soube dar detalhes. “Eu teria que ver o projeto, teria que pegar o relatório do que foi desenvolvido”, limitou-se.
Ainda durante entrevista, Roberto Paulo comentou sobre a relação que possui com o deputado, o qual fez a indicação do atual diretor para o governador Jaques Wagner.  “Ele achou que eu tinha competência. O cargo requer certa formação científica. Uma coisa é ser indicado, outra é permanecer no cargo”.
O diretor encerrou a conversa comentando sobre como pretende se manifestar diante do Ministério Público da Bahia (MP-BA). “Os documentos estão dentro da Fundação. Temos relatórios e todos os processos para chegar a essas atividades. Vamos responder baseados nos processos. Além disso, tudo é publicado no Diário Oficial. Nada é feito sem publicar. Se a pessoa desempenha um bom trabalho ela continua, se não, não importa quem tenha indicado, é exonerada”, finaliza.
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Publicada no dia 15 de dezembro de 2014, às 13h42

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