Justiça
Publicado em 09/06/2022, às 10h38 Redação
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que 120 famílias vítimas do desabamento do edifício Palace II, em Rio de Janeiro, dividirão uma indenização de cerca de R$ 30 milhões. A decisão saiu 24 anos após a tragédia que matou oito pessoas.
O dinheiro da indenização é do leilão de um terreno em Brasília, ocorrido em 2017. Agora, o processo retorna ao Tribunal de Justiça do Rio e vai ser encaminhado a um contador, que vai dividir o dinheiro.
O cálculo do valor pago a cada família será feito por um perito judicial contador, que vai avaliar inúmeras questões, como o apartamento ser quitado ou não, se houve dano moral, além da devida correção monetária dos 24 anos.
O Palace II, que ficava na Barra da Tijuca, desabou em fevereiro de 1998. Ele foi construído em 1990 pela construtora Sersan, do então deputado federal Sérgio Naya. A obra estava prevista para ser concluída em 1995.
O edifício chegou a ser interditado pela Defesa Civil após ter morrido um operário ao cair no fosso do elevador que apresentava defeito. A construtora já havia sido processada 4 vezes em virtude da má construção do prédio, que não havia recebido o habite-se da prefeitura.
O prédio tinha graves defeitos de estrutura e acabamento, o que motivou a interdição pela Defesa Civil. Apesar do risco, 30 moradores buscavam seus pertences quando aconteceu o desabamento. Oito pessoas morreram soterradas.
Em 2009, Sérgio Naya morreu em Ilhéus, na Bahia, o que agravou o problema, já que os bens que possuía acabaram reunidos em espólio.
A construtora Calçada lançou um prédio de apartamentos no mesmo terreno que abrigou o Palace II. O Barra One, nome do novo edifício, abriga 180 apartamentos.
O projeto respeitou a arquitetura do antigo Palace I, prédio vizinho à tragédia, que continua em pé e foi rebatizado com o nome de Joá.
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