Justiça

Calvário: Irmão de Nizan Guanaes pediu dinheiro emprestado a empresário carioca

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Em delação, Daniel Gomes revelou detalhes de fraude na Saúde do RJ e citou baianos  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 29/01/2020, às 08h43   Yasmin Garrido


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O irmão do publicitário Nizan Guanaes e sócio do Instituto Sócrates Guanaes, André Guanais, foi um dos baianos citados na delação premiada do empresário Daniel Gomes da Silva, que detinha o monopólio de contratos de Saúde na Paraíba, Rio de Janeiro e outros estados. Ele foi preso no âmbito da Operação Calvário, a mesma que levou à detenção o ex-governador paraibano, Ricardo Coutinho.

“Pouco antes de iniciar o contrato do Hospital Estadual Roberto Chabo, André Guanaes nos relatou que o ISG estava com dificuldades financeiras e, a pedido de todos os envolvidos na operação, emprestei recursos próprios para quitar tais dívidas, dentre a quais constavam, inclusive, dívidas pessoais do André Guanaes. Acordamos que o ISG me devolveria o valor emprestado em parcelas juntamente com os valores de propina que seriam a mim repassados”, contou Daniel em delação já homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Daniel disse, ainda, que, assim que foi lançada a licitação do hospital, Jorge Luz e André Guanaes ficaram responsáveis por definir “quais empresas fornecedoras contrataríamos para efetivar os desvios necessários para formar o caixa da propina, assim como as pessoas que iriam trabalhar no Hospital Roberto Chabo”. Após garantir a gestão da unidade de saúde, o grupo se reunia para a distribuição dos valores arrecadados.

André Guanaes, segundo Daniel Gomes, “era o comandante e ‘dono’ do ISG e, inicialmente, focaria principalmente na parte técnica do Hospital. Porém, logo no início assumiu a posição de controle de toda a operação, inclusive administrativa, pela escolha de superintendentes de sua confiança”. Ainda foi criado um ‘conselho gestor das propinas’, do qual fazia parte, entre outros nomes, Juracy Magalhães Neto, que, de acordo com a delação, era de confiança de André Guanaes.

O empresário também destacou que, após perceber que havia fraude, inclusive, dentro do próprio esquema de propina, decidiu sair da “sociedade”, mantendo, no entanto, a gestão do ISG no Hospital Roberto Chabo. “De fato, o ISG ainda é a OSS responsável pela gestão dos Hospitais Estaduais de Niterói e algumas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e, por certo, mantém o mesmo sistema de desvios e propinas já descritos”, afirmou à Justiça.

Em nota enviada ao BNews, o ISG afirmou que "contratou o escritório Moraes Pitombo Advogados, que tomará as providências judiciais necessárias para demonstrar a realidade dos fatos e ver apuradas as responsabilidades pelas inverdades divulgadas".

Matéria atulaizada às 15h24 para inserir a nota da ISG

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