Coronavírus

Centenas de consumidores fazem fila à espera da abertura de shopping em SP

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Desde esta quinta, os shoppings da capital podem reabrir ao público  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Record TV

Publicado em 12/06/2020, às 06h38   Folhapress



Uma fila com mais de 200 pessoas se formou em frente ao shopping center Metrô Tatuapé, na zona leste da capital paulista, no acesso pela estação do metrô, por volta das 15h desta quinta-feira (11).

Os consumidores aguardavam a volta do centro de compras, fechado desde março por causa da pandemia do novo coronavírus, uma hora antes de o local abrir as portas. Desde esta quinta, os shoppings da capital podem reabrir ao público, das 16h às 20h.

No caso dos shoppings populares, como os das regiões do Brás, o funcionamento é liberado das 6h às 10h. Para comércio de rua, a autorização para a abertura das portas é das 10h às 15h.
O shopping do Tatuapé permitiu o início da entrada ao público 15 minutos antes do horário marcado para evitar a aglomeração que se formava na porta.

Seguranças controlaram o acesso, liberando grupos entre 10 e 30 pessoas, que tiveram as temperaturas aferidas à distância, com três termômetros manipulados por funcionárias, e também por uma câmera que calcula a temperatura corporal. Este equipamento foi retirado do local antes das 18h.

Além de aferir a temperatura dos clientes, sachês com álcool em gel também eram oferecidos na entrada do shopping. Alguns banheiros do local também estavam fechados.

Outro shopping do bairro, o Boulevard Tatuapé, também atraiu consumidores na reabertura, mas em número menor que o outro centro de compras. Na entrada, além da aferição de temperatura, funcionários distribuíam sachês de álcool em gel, além de máscaras de proteção para quem precisasse.

ESPERA
Quase no fim da fila, já perto das catracas do metrô, a aposentada Irani Natália, 49 anos, aguardava na estação do metrô para entrar no shopping.

De máscara, mas distante a poucos centímetros das duas pessoas entre as quais estava, ela alegou ter ido ao shopping para pesquisar preços de calçados. "Não uso internet para isso e já que o shopping vai abrir, aproveitei a oportunidade", disse.

Ela concordou com a reabertura não só dos shoppings, como do comércio em geral. "É um absurdo o governo não deixar as pessoas trabalharem", afirmou, apesar das mais de 5 mil mortes confirmadas pela Covid-19 e pelas recomendações de distanciamento social.

A aposentada afirmou não temer ser infectada pelo novo coronavírus, argumentando que usa máscara, higieniza as mãos com álcool em gel e que manter distanciamento das pessoas "previne todos os demais."

O cozinheiro Evaristo Francisco Santana, 63, estava mais à frente na mesma fila. Se destacando por se manter distanciamento de mais de um metro e meio, além de usar máscara e luvas de proteção, ele disse que iria a uma loja de departamentos acertar uma dívida.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de isso ser feito pela internet, ele acabou admitindo ter usado a reabertura do shopping como desculpa para sair um pouco de casa. "Está difícil ficar confinado", afirmou.

Centenas de pessoas pensaram da mesma forma que Santana e circularam pelos corredores do shopping, sem nada comprar.

Com toda a família reunida, o auxiliar de escritório Iran de Barros Pessoa, 45, foi ao shopping para trocar o chip de seu celular. "A empresa [de telefonia] falou que isso só dava para fazer pessoalmente", afirmou o homem, acompanhado da mulher, de 44 anos, e do filho e da filha, de 15 e 9 anos, respectivamente.

As lojas de empresas de telefonia foram as mais procuradas, gerando filas de espera do lado de fora, assim como no outro shopping do Tatuapé. O acesso aos comércios era controlado. Em uma dessas lojas, por exemplo, somente três pessoas eram atendidas de cada vez.

CRÍTICAS
A empresária Cristina Coghi, 54, tem um restaurante especializado em grelhados na área de amamentação do shopping da zona leste, que ainda não tem autorização para receber público, apenas para venda em pronta entrega.

Ela se disse contra a reabertura iniciada nesta quinta, apesar de ver as vendas diárias de cerca de 200 refeições, durante a semana, e aproximadamente 400 aos sábados e domingo, caírem para dez durante a quarentena. "Do ponto de vista humano, este não é o momento para flexibilizar a abertura do comércio. Confesso estar muito preocupada com o aumento de mortes que isso pode acarretar", afirmou.

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