Coronavírus

Sem licitação, campanha que defende interrupção de isolamento vai custar R$ 4,8 milhões ao governo

Agência Brasil
Com o slogan “O Brasil Não Pode Parar”, vídeo tem sido compartilhado nas redes sociais  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 27/03/2020, às 10h23   Yasmin Garrido



A campanha publicitária para defender a tese do isolamento vertical, proposta pelo governo de Jair Bolsonaro, com o slogan "O Brasil Não Pode Parar", vai custar R$ 4,8 milhões aos cofres públicos e, por ter sido classificada como contratação emergencial, teve dispensa de licitação, sendo produzida pela agência iComunicação.

O mecanismo, no entanto, não é ilegal. Mas, em meio à pandemia e às medidas de contenção do novo coronavírus, o vídeo trata exatamente do contrário. A Secom avaliou três propostas e o martelo foi batido por Carlos Bolsonaro, já que o Secretário Fabio Wajngarten, diagnosticado com Covid-19, ainda não voltou totalmente à ativa.

O governo federal deve colocar a campanha no ar até amanhã, apesar de o vídeo já ter sido compartilhado nas redes sociais do senador Flávio Bolsonaro. A peça central é um vídeo em que um narrador menciona categorias profissionais e martela que o país não pode parar por eles.

“Para os pacientes das mais diversas doenças e os heróicos profissionais de saúde que deles cuidam, para os brasileiros contaminados pelo coronavírus, para todos que dependem de atendimento e da chegada de remédios e equipamentos, o Brasil não pode parar. Para quem defende a vida dos brasileiros e as condições para que todos vivam com qualidade, saúde e dignidade, o Brasil não pode parar", diz trecho da campanha.

No Instagram oficial do governo federal uma publicação que diz: "Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade", o que é desaconselhado pelas principais autoridades sanitárias do mundo.

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