Copa do Mundo

Líder muçulmano na Bahia destaca expectativa para o jogo entre Bósnia e Irã

Imagem Líder muçulmano na Bahia destaca expectativa para o jogo entre Bósnia e Irã
"Muita gente não conhece nossos países",destaca Sheikh Abdul Ahmad   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 25/06/2014, às 11h29   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Em visita ao Centro Aberto de Mídia da Bahia (CAM-BA), nesta terça-feira (24), o líder espiritual dos muçulmanos na Bahia, Sheikh Abdul Ahmad, falou um pouco da sua expectativa em relação ao jogo desta quarta-feira (25), às 13h, na Arena Fonte Nova, em Salvador, quando Bósnia-Herzegovina e Irã se enfrentam, dois países não-árabes, mas de populações majoritariamente muçulmanas.

Para ele, não importa o placar ou quem vença. O importante é mostrar que os povos podem conviver em paz. "Os jogos mundiais são importantes não para ganhar troféus. Para nós, é mais do que isso. Por meio destes campeonatos, nossa cultura passa a ser mais divulgada, nossos países ficam mais conhecidos”.

O Sheikh Abdul Ahmad disse também que “muita gente não conhece nossos países. Eles estão no mapa, mas são desconhecidos. Então, aproveitamos os jogos mundiais para ficarmos conhecidos e divulgar melhor nossa cultura. O jogo também serve para mostrar que todas as nações podem conviver em paz. É isso que o Islã defende".

Mesmo sem opinar sobre o jogo desta quarta, o líder espiritual, que é nigeriano, afirmou que na final da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 está torcendo para o Brasil ser hexacampeão. "Quero que o Brasil ganhe esta Copa. Estou torcendo muito para isso. Mas caso não seja possível, vou torcer para a Nigéria, que é o meu país”.

Ramadã

Cerca de 500 muçulmanos de várias origens - principalmente brasileiros, árabes e africanos - vivem na Bahia atualmente. A comunidade está em preparação para o Ramadã, mês sagrado dos islâmicos, que começa neste sábado (28) pelo calendário ocidental.

Segundo o líder espiritual, os muçulmanos que vivem no Brasil, principalmente na Bahia, não têm qualquer problema para praticar a religião. “Aqui todos vivem em paz e são respeitados. Isso é muito bom, e, é o que desejamos para todo o mundo. No Brasil, católicos, cristãos, muçulmanos e adeptos ao candomblé convivem de maneira pacífica. Um respeita a crença do outro porque entende que ninguém é obrigado a ter a mesma religião".

De acordo com ele, em seu país - a Nigéria -, a maioria respeita as religiões, mas pequenos grupos extremistas, que dizem lutar e matar pelo Islã, estão agindo de maneira contrária ao que prega a religião. O Sheikh citou como exemplo o grupo extremista Boko Haram, que sequestrou 200 meninas em idade escolar no mês de abril deste ano. “Eles dizem que são islamitas, mas na verdade nem conhecem o ‘Alcorão’, livro sagrado do islã. O islamismo não aprova o que eles fizeram. O islamismo prega a paz entre os homens, entre as nações, entre as religiões".

Revolta dos Malês

Os primeiros muçulmanos que chegaram à Bahia eram escravos africanos, chamados ‘malês’. Em janeiro de 1835 participaram da Revolta dos Malês, que pretendia implantar um governo islamita no Recôncavo. Vencidos, os malês foram perseguidos - alguns deportados e outros enforcados. Entre os principais líderes do movimento estavam Manoel Calafate, Luís Sanim e Elesbão do Carmo.

Todas as sextas-feiras, integrantes da comunidade muçulmana se reúnem no Centro Cultural Islâmico da Bahia (CCIB), situado no bairro de Nazaré (Rua Dom Bosco, nº190), em Salvador, para a oração sagrada, que começa às 12h30.

O CCIB é aberto de segunda a sábado, das 8 às 16h. Aos sábados, acontecem aulas de educação e costumes da tradição islâmica ministradas pelo Sheik. O Centro também dispõe de biblioteca com livros e artigos sobre o islamismo aberta ao público. 

Classificação Indicativa: Livre

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