Cidades
Reprodução/YoutubePublicado em 04/03/2020, às 12h02 Samuel Barbosa
Ainda estamos no verão, estação desejada por muita gente, sobretudo por quem mora em cidades do litoral brasileiro como é o caso de Salvador. Se aproveitar o final de semana para pegar bronze e tomar umas cervejas com os amigos já é uma boa, imagine passar o dia a bordo de uma lancha, podendo visitar as melhores praias e ilhas do nosso litoral?
Infelizmente essa é uma realidade para poucos, mas para aqueles que podem é preciso se atentar aos itens de segurança, sem esquecer do seguro da embarcação. Segundo levantamento feito pelo BNews, do dia 31 de janeiro a 1º de março de 2020 (30 dias) três lanchas já pegaram fogo no mar da Baía de Todos-os-Santos.
A nossa reportagem entrou em contato a Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) para obter números mais precisos sobre esse tipo de acidente. De acordo com o órgão, em 2018, três embarcações pegaram fogo na Baía de Todos-os-Santos. Em 2019 foram quatro registros. Já em 2020, até o momento, três ocorrências.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros da Bahia (Sincor-BA), Jayme Garcia, apesar do poder aquisitivo alto, muitas vezes os proprietários de embarcações não são precavidos. “Nos últimos anos, principalmente no verão, o número de acidentes tem aumentado. O seguro de embarcações tem algumas restrições, tem embarcações que são muito antigas, essa não se faz mais seguro, já as mais novas, dependendo do valor da lancha a seguradora faz. Como o mercado de Salvador não é pujante como o de São Paulo por exemplo, aí a gente acaba encontrando algumas dificuldades. A carteira de seguros náuticos tem ficado prejudicada com isso”, disse Garcia.
Ainda de acordo com o representante do Sincor-BA, as vezes a embarcação tem um valor alto, mas o prêmio (valor pago pelo seguro em caso de sinistro) é baixo, o que leva os proprietários a assumirem o risco.
Jayme ainda faz um alerta. “Muitas vezes a marina tem seguro, mas é diferente do seguro da própria lancha, a embarcação está assegurada enquanto está estacionada no local, quando sai passar a valer o seguro da lancha, o da marina é apenas sobre a guarda”.
Material de fácil combustão
As lanchas, barcos e iates são feitas com uma série de materiais de fácil combustão, como madeira, plástico e fibra de vidro, além de carregar no tanque uma grande quantidade de combustível.
Entre as principais causas dos acidentes em embarcações estão a falta de atenção e vigilância do comandante durante a navegação; comandante inexperiente; velocidade excessiva; falha na propulsão por falta de manutenção preventiva; uso de bebidas alcoólicas; navegação em locais perigosos (falta de uso da carta náutica); más condições atmosféricas; não utilização das regras do RIPEAM; força das ondas, em relação ao porte da embarcação; e falta de verificação da embarcação antes da partida.
Fiscalização e recomendações
Em nota encaminhada ao BNews, a Capitania dos Portos informou que incentiva a população a colaborar com a fiscalização. O órgão pede que ao observar irregularidades no mar, denuncie imediatamente à CPBA (através do número [71] 3507-3777 e whatsapp 99968-7934), informando, se possível, o nome da embarcação e seu número de inscrição (ambos visíveis no casco), o dia, a hora e o local. Ainda de acordo com a Capitania, as emergências marítimas são atendidas pelo telefone 185, disponível 24 horas por dia.
O órgão disponibiliza ainda, por meio da Diretoria de Portos e Costas, recomendações de segurança na navegação amadora, de esporte e recreio, além de um aplicativo "Boletim ao Mar", disponível para download em smartphones da plataforma Android.
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