“Toda vez que chove a gente fica assustado. Temos medo de morrer”, disse a aposentada, lembrando que uma barragem rompeu na cidade de Mariana, em Minas Gerais, e provocou, ao menos, sete mortes e 500 pessoas ficaram desabrigadas.
Diante desta situação, cerca de 80 moradores do Bate Facho protestaram na manhã deste sábado (19) próximo a barragem. “Essa comunidade sofre quase todos os anos com enchentes. As pessoas perdem tudo, e o governo aparece com assistencialismo. Estamos cansados disso. Queremos ações efetivas. (...). Estamos com o fantasma desse rompimento. Será que o governador quer um desastre desse no currículo dele?”, questionou Marcelo Trindade, vice-presidente do Conselho dos Moradores.
Será que o governador quer um desastre desse no currículo dele?, questiona um morador
A barragem que é agregada ao Parque de Pituaçu é administrada pelo Governo do Estado. Segundo Trindade, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) escorou uma parte da barragem. “Com isso, admitiu que estamos na iminência de rompimento”, frisou.
O vereador Euvaldo Jorge (PP) participou do protesto e endossou as críticas dos moradores. “Queremos pedir clemência ao Governo do Estado para que resolva isso e evite uma catástrofe. Todo ano chove aqui. Até hoje, a comunidade está tirando lama do fundo das casas que foi levada pelas chuvas”, destacou.
Representantes do conselho durante o ato recolheram quase duas mil assinaturas que, segundo eles, serão encaminhadas para o Ministério Público. O vice-presidente Marcelo Trindade disse ainda que um hospital estaria despejando lixo na represa, provocando um mau cheiro. “Mas estamos analisando essa denúncia”, ressaltou.