Mais de 60 vendedores informais foram retirados do entorno da Estação Pirajá, por volta das 16 horas desta segunda-feira (30). Tatiane Santos Costa, 35 anos, uma das pessoas que trabalha no comércio informal da região, entrou em contato com a reportagem do Bocão News e reclamou da operação. “Para esta ação de hoje não teve nenhum aviso. Tivemos uma reunião com a CCR no dia 26 deste mês e eles nos prometeram um prazo de 10 dias e que encontrariam um local para colocar a gente, mas chegaram hoje de surpresa”, desabafa.
Uma vendedora ambulante que não quis ser identificada disse a reportagem do site que foi agredida por um fiscal da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) e teve o celular quebrado por filmar a ação. “Ele jogaram meu celular no chão. Me agrediram e me colocaram na viatura, porque eu filmei o que eles estavam fazendo”, disse.
Diante da insatisfação, cerca de 80 pessoas, entre ambulantes e apoiadores se concentraram na frente de um galpão, que seria aberto para o acesso de operário da CCR impedido a entrada dos mesmos. Policiais militares da 48ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) tentam negociar a saída das pessoas. Eles se queixam de ser ameaçados pelos policiais. “A polícia está dizendo que se a gente não sair daqui vai chamar a Rondesp para retirar a força”, desabafa Tatiane.
Procurada pela reportagem do Bocão News, a assessoria de comunicação da Semop divulgou uma nota explicando a atuação durante a operação de retirada dos vendedores informais. Leia íntegra da nota.
Em relação a ação realizada na Estação de Pirajá na tarde desta segunda-feira (30), os agentes de fiscalização da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) participaram da ação em apoio logístico a operação realizada pela Policia Militar, em função da necessidade de liberação da via por parte da CCR.
Em relação ao trabalho e desemprenho da Semop, esclarecemos que não houve qualquer tipo de arbitrariedade por parte dos agentes de fiscalização do órgão e que as mercadorias apreendidas sem a imediata identificação dos respectivos donos e abandonadas em via pública, foram encaminhadas para o Setor de Guardas e Bens da Semop com o lacre e contra-lacre, podendo o responsável comparecer ao referido órgão para identificação e recuperação do bem apreendido.
Vale ressaltar que toda negociação entre esses comerciantes informais são de responsabilidade da CCR.
Também contatada pela reportagem do Bocão News a CCR explicou a necessidade da retirada dos vendedores. Leia íntegra da nota.
Nota de Esclarecimento
A CCR Metrô Bahia esclarece que mantém, há mais de seis meses, em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur) e CTB, as negociações com os ambulantes credenciados que atuam na área interna do Terminal de ônibus de Pirajá, cujo objetivo principal é ordenar o comércio informal no interior do terminal.
Após o fim das negociações, será apresentada uma proposta de realocação dos espaços para regular o trabalho dos 96 vendedores que estão credenciados para atuar no terminal. O acordo tem como base produtos e serviços que legalmente podem ser comercializados dos terminais de ônibus administrados pela CCR Metrô Bahia.
A CCR Metrô Bahia ressalta ainda que a proposta de ordenamento do comércio informal dentro do Terminal Pirajá seguirá as diretrizes da política de sustentabilidade da empresa, que tem como objetivo fomentar o desenvolvimento socioeconômico nas regiões em que atua.
A ação de ordem pública realizada pela Polícia Militar junto aos vendedores não credenciados, na área externa do Terminal Pirajá é necessária para dar continuidade às obras de modernização e ampliação do terminal que será integrado à Estação Pirajá do metrô, com previsão de ser inaugurada até o final deste ano.
O grupo que estava na frente do acesso a obra da CCR foi dispersado no início da noite desta segunda-feira (30).
