Cidades

Querem nos tirar como fizeram com os índios, diz moradora vizinha do Yacht Club

Publicado em 07/09/2015, às 12h08   Vinícius Ribeiro (Twitter: @vin_ribeiro)



Mesmo com a decisão judicial que suspendeu a remoção de duas habitações na Rua Forte de São Diogo, na Barra, os moradores da localidade não escondem o receio em deixar a área, onde vivem há pelo menos seis décadas. O local, que compreende duas residências e uma colônia de pescadores, concentra-se sobre as pedras da praia, ao lado do Yacht Club da Bahia.

"De início, passamos pelo susto de ver os oficiais da Sucom, acompanhados de guardas municipais, aqui em nossa porta, mas com a decisão da Justiça e o amparo da União, deu para tranquilizar um pouco", disse um dos moradores, que preferiu não se identificar. Segundo ele, o interesse é, junto com a Marinha, documentar a posse. "Precisamos fazer pressão para legalizar", disse, não escondendo o receio de uma ação da prefeitura.

Mais incisiva, uma moradora não escondeu o fator preconceito na investida. "Antes era só o pessoal do Yacht, agora existe uma turminha que quer nos tirar daqui. Querem nos tirar de nossas casas como fizeram com os índios", afirmou ao Bocão News.

O secretário de Urbanismo, Silvio Pinheiro, negou que o interesse da prefeitura seja prejudicar os moradores, e sim, contribuir para a revitalização do local, obedecendo a determinação da Justiça.

"Iremos respeitar a decisão judicial e a entendemos. Mas o objetivo é, seguindo a proposta de revitalização da cidade, reordenar aquele local. Ali moram famílias em situação precária, sem condições sanitárias, e nós queremos mudar aquele quadro", disse ao site. Ainda segundo o titular da pasta, uma nova colônia para os pescadores seria construída no local em prol das famílias que se sustentam através da atividade pesqueira.   

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ublicada originalmente às 13h do dia 6 de setembro

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