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Ex-sócio de Youssef diz ter estado com doleiro na sede da OAS

Publicado em 05/02/2015, às 09h48   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



CURITIBA - Em depoimento à Justiça Federal, Leonardo Meirelles afirmou que acompanhou o doleiro Alberto Youssef a uma reunião na sede da construtora OAS, na Avenida Angélica, em São Paulo, uma vez. Ao depor nesta quarta-feira na 13ª Vara Federal de Curitiba, Meirelles afirmou que Youssef teria sido recebido por José Ricardo Breghirolli.
- Estive com o Youssef, mas fiquei aguardando na recepção - afirmou.
Meirelles reafirmou que o dinheiro enviado ao exterior pela Labogen não eram dele, mas de Youssef, que lhe pagava 1% sobre o valor das remessas. Também voltou a dizer que os recursos tinham como origem as empreiteiras e que ele detinha alguns dos contratos firmados entre elas e empresas usadas pelo esquema de Youssef, como MO Consultoria e Construtora Rigidez.
Meirelles disse que era comunicado sobre a data em que o dinheiro entraria em sua conta corrente e que preparava as documentações para a "importação fictícia" e fazia a compra de dólares para o exterior. Uma vez chegando no exterior, o dinheiro era, segundo ele, era então feito o pagamento no exterior. Lá fora, explicou, os valores eram redistribuídos para contas indicadas por Alberto Youssef. Ele negou saber quem eram os beneficiados.
Por várias vezes, Meirelles foi questionado por advogados sobre quando conheceu Youssef e não soube precisar as datas - que variaram entre 2009 e 2012. Meirelles afirmou que pode ter se "equivocado", pois deu algumas declarações quando ainda estava preso e estava "sob forte emoção".
Meirelles afirmou estar colaborando com as investigações desde o ínicio, de forma espontânea, e que não teve qualquer benefício judicial.
- Como cidadão estou apenas colaborando para que os fatos sejam colocados da melhor forma e da melhor ordem - disse.
Meirelles se reservou ao direito de ficar calado em diversas perguntas feitas pela defesa dos dirigentes da OAS.
Não respondeu se conhecia a doleira Nelma Kodama, uma das condenadas na Operação Lava-Jato, não respondeu o motivo de a empresa Piroquímica ter feito transferência de R$ 208 mil para uma empresa denominada Carlos Vick Eventos, não respondeu a origem de cerca de R$ 79 milhões aportados na Labogen antes da data que diz ter conhecido Youssef, não explicou uma transferência de recursos no valor de R$ 200 mil destinada a uma pessoa identificada como Adriana Elias Ferreira.
O advogado insistiu, afirmando que a Labogen recebeu recursos da empresa Peixoto Camarfo e da Camarada Comercial, mas acabou tendo suas perguntas indeferidas pelo juiz Sérgio Moro, sob argumento que elas não faziam parte da ação contra a OAS. O advogado alegou que faziam parte da defesa dos executivos da construtora. Moro indeferiu a continuidade das perguntas e encerrou o depoimento de Meirelles.​
Fonte: O Globo

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