Professor pede demissão para dar volta ao mundo de bicicleta com cachorro

O professor Luis Fernando Prestes, ou Éleéfe, como é conhecido em Santos, São Paulo, decidiu tornar o sonho que já guardava há um tempo em realidade. Éleéfe uniu suas grandes paixões - história, viagens e bicicleta, em um passeio com duração prevista de três anos. Para deixar a viagem ainda mais emocionante, Luis adicionou mais um integrante na bagagem: Belmiro, um border collie de 2 anos de idade.

Belmiro, em homenagem ao estádio do Santos Futebol Clube, entrou na vida de Éleéfe durante a pandemia, quando as aulas passaram para o formato online e o contato com o mundo exterior se tornava escasso.

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“Já tinha ido para o Uruguai, Itália, Espanha, Inglaterra e França sozinho de bicicleta, agora, queria uma companhia. Quando escolhi a raça já pensava em levá-lo comigo nas viagens. Estava buscando um animal manso, parceiro, confiável, amigo e que aguentasse um pouco de frio, depois percebi que eles são muito inteligentes também”, conta Luis em entrevista ao Vida de Bicho.

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No final de 2021, o professor pediu demissão nos colégios onde lecionava história para colocar o planejamento em prática. Na visão do professor, a presença de Belmiro é o que muda tudo. Afinal, até os menores detalhes tiveram de ser pensados em função do animal.

“Minha ideia inicial é passar por 60 países e tudo foi pensado para acomodá-lo. O planejamento também foi climático. Eu vou passar pela Argélia, por exemplo, no Deserto do Saara, e o horário que vou pedalar será no período em que estiver menos calor para não afetá-lo. Vamos dormir em hoteis com ar condicionado. Em dezembro do próximo ano, enfrentaremos o inverno europeu, mas os países escolhidos serão os que não fazem tanto frio por causa dele. Eu aguento -10°C de bicicleta, ele não. Então pretendo não pedalar em temperaturas abaixo de -5°C”, explica.

Essa não será a primeira viagem da dupla. Éleéfe e Belmiro já percorreram os 600 quilômetros que separam a cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, de Paraty, no Rio de Janeiro.

“Tive um pequeno perrengue. Ele se apaixonou por uma cachorra, entrou na fazenda e não queria voltar de jeito nenhum. Desapareceu. Acredito que a cadela estava no cio. Fiquei uma hora no sol chamando e nada. Foi o único trabalho que o Belmiro deu”.

A viagem experimental também serviu para prever as necessidades que teria em caminhos mais longos ou difíceis de serem percorridos e evitar possíveis novos perrengues. 

Para garantir a segurança, o professor investiu em uma bicicleta com assistência elétrica capaz de aliviar o peso nos trajetos e em uma casinha de última geração apropriada para o transporte de Belmiro. O cachorro também ganhou roupas para os mais diversos níveis de frio, cama para o inverno e verão, capa de chuva e outros acessórios.

Éleéfe e Belmiro embarcaram em direção a Lisboa na noite de quinta-feira (10). Por lá, o animal ficará por três dias em um hotel para pet, enquanto o historiador busca as encomendas em Hamburgo, na Alemanha. De volta à capital portuguesa e já com a bicicleta em mãos, a aventura começa oficialmente. “Dá muito medo. Eu estou em pânico e muito ansioso. É uma mudança drástica, mas ele me passa confiança”, afirmou.

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