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Desempregados abrem mão de comer, mas não deixam animais de estimação com fome

Fabio Pozzebom / Agência Brasil
Bnews - Divulgação Fabio Pozzebom / Agência Brasil

Publicado em 27/04/2021, às 14h24   Redação BNews



A pandemia de covid-19 elevou a pobreza não somente no Brasil, em outros países. Em meio a essa crise sanitária, muitas pessoas que não tem nem uma condição financeira razoável, abrem mão de uma alimentação adequado para alimentar animais.

Em entrevista ao Metrópoles, duas mulheres, moradoras de São Paulo, relataram atitude semelhante. Há duas décadas dormindo entre calçadas e marquises, a carroceira Edinailde Santos, 43 anos, recolhe cachorros para se proteger do desamparo social e da violência na capital paulista. Na tentativa diária de enganar a fome, ela conta com o dinheiro de materiais recicláveis encontrados nas ruas da Lapa, bairro de classe média da zona oeste. Edina também recebe doações de ONGs e amostras grátis entregues por funcionários de pet shop.

Entretanto, não é sempre que acha materiais de plástico, alumínio e vidro nos lixos espalhados pela cidade – um dia muito bom rende R$ 50 no bolso. “A pandemia deixou ainda mais difícil a compra de comida para os cachorros. Se eu ganho mais na reciclagem, compro mais ração para eles. Os bichinhos comem, viu? Dou ração de manhã e de noite”, afirma.

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No início da pandemia, Olívia Ferreira da Silva, 55 anos, percebeu que havia algo de diferente na sua casa. Ela contou seus animais de estimação e viu que tinha um bichinho a mais. Aliás, uma bichinha. Era uma gata que estava prenha.

Desde então, a teoria mais disseminada na família é de que um vizinho ou algum pedestre andava na rua e se desfez da felina ao jogá-la dentro do quintal da residência. A gatinha deu à luz uma ninhada de filhotes, que se somaram aos três bichanos que já viviam ali: Onix, Ben e Logan, cada um com 6 anos. Hoje ela cuida de 21 gatos.

Sem emprego desde a chegada do coronavírus, a família da costureira autônoma tem como única renda fixa é o salário do marido, e ela vez ou outra consegue um bico. O dinheiro que entra em casa vai para alimentar os bichos de estimação.

“Eu passo necessidade, mas meus bichinhos não ficam sem se alimentar. Se eu não tenho dinheiro, peço para amigos. Alguns me depositam R$ 10, R$ 20 e eu compro tudo de ração para eles”, disse.

Como ajudar?
A realidade de animais de rua não acontece apenas no sul do país. Por isso, para amenizar o sofrimento desses bichinhos, você pode procurar alguma entidade para doar alimentos. Na Bahia, o grupo Bombeiros Voluntários K9 está em campanha de arrecadação de ração para os animais de rua. Veja como ajudar clicando aqui.

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