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Carnaval 2023: MP cobra instalação de rede de água e esgoto nas centrais de catadores

Cecom Imprensa
MP realizou reuniões com demais órgãos buscando a viablidade da rede de água e esgosto nas centrais  |   Bnews - Divulgação Cecom Imprensa

Publicado em 20/02/2023, às 19h04   Osvaldo Barreto


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O Ministério Público da Bahia identificou que 11 centrais de coleta não contam com ligação de água e de esgoto e não há estrutura para que os catadores possam fazer sua higiene pessoal, embora façam o trabalho fundamental de coletar latas e plásticos do chão sujo, inclusive de urina, das ruas dos circuitos. 

Após reuniões realizadas, nesta segunda-feira (20),  e ontem, dia 19, com representantes da Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa), da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), da Empresa Salvador Turismo (Saltur), da Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), a Embasa se comprometeu a entregar amanhã, dia 21, estudo de viabilidade técnica da instalação da rede de água e esgoto nas centrais, com prioridade àquelas que não contam com contêineres de banhos nas proximidades. Como solução mais emergencial, os catadores, cooperados e autônomos, de todas as centrais serão orientados pelos órgãos a utilizar os contêineres de banho localizados no Politeama; na rua Miguel Burnier, próxima à Perini, na Barra; próxima à Praça do Camaleão, na Ondina; e no Vale do Canela. 

Desde o primeiro dia de Carnaval, na quinta-feira, 16, os dois analistas técnicos do MP vêm realizando visitas técnicas às centrais. Na manhã de hoje, eles foram às unidades do Forte de São Pedro e da Barra-Ondina, as duas montadas pela Ambev. Nesta última, localizada na rua Silvino Marques, paletes foram colocados no chão da central pela Cooperativa de Catadores Agentes Ecológicos de Canabrava (Caec) para evitar que água suja molhasse os sacos de latinhas. Segundo o representante da cooperativa, Jackson Costa, na ausência do fornecimento dos insumos, eles disponibilizaram álcool gel e água mineral  para a higiene dos produtos. "Não é o mais adequado para fazer a limpeza. O ideal é água e sabão" , disse.

Jackson afirmou que desde 2012, quando ele começou na atividade, a estrutura das centrais vem sendo aprimorada a cada ano, apesar de haver muitos pontos ainda precários. A catadora Jaciara Pereira, 48, há 30 anos no ramo, mostrou-se satisfeita com os banheiros e equipamentos de proteção individual (EPIs), mas também reclamou da falta de água para higiene e da demora em vender a mercadoria coletada. "Entreguei desde quarta-feira e apenas hoje consegui vender. O pior Carnaval foi esse", disse referindo-se ao fluxo.

O analista Filipe Pereira ressaltou a importância de valorizar o trabalho dos catadores. "Sem o trabalho deles, plásticos e latas não teriam o destino final ambientalmente adequado que é a sua reciclagem. Ficariam nas ruas ao custo de varrição pública ou poluindo rios e mar e causando alagamentos", destacou.

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