Carnaval da Política, horário britânico, bendito táxi e do Ave Maria de Bell
Mudanças no circuito, novidades na festa e politicagem estão entre os destaques |
Publicado em 05/03/2014, às 02h29 Caroline Gois (twitter: @goiscarol)
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O Carnaval de Salvador deste ano foi de novidades para a população e para os artistas. De um lado, foliões que encontraram mudanças no circuito, nos banheiros e na organização da festa que apresentou mais sinalização, mais fiscais e mais trabalho por parte da Prefeitura.
Do outro, artistas que não podiam perder muito tempo na frente do espelho. A pontualidade da saída dos trios foi o que mais chamou a atenção de quem curtiu de perto a folia momesca. Nada de atrasos. Cinco era cinco e não cinco para às seis. Com isso, o circuito não engarrafava, o folião se organizava e o Carnaval 2014 já pode ser considerado o da pontualidade.
Entretanto, as reclamações já recaem sobre o maior vilão da folia: o táxi. Quem precisou pegar um depois de pular atrás do trio pelejou. Andou quase o percurso todo novamente para encontrar um transporte vazio e que o motorista não quisesse fazer preço fechado. Segundo o próprio secretário de Turismo, Cultura e Desenvolvimento, Guilherme Bellintani, não há frota suficiente em Salvador para atender a demanda do Carnaval. São sete mil táxs. “Sem dúvida, este será nosso maior desafio pra o ano que vem”, afirmou.
E, quando o assunto é política, haja bloco da base e da oposição que desfilou pelos três circuitos. Não faltou ninguém. Teve deputado, vereador, aliado e as figuras carimbadas que não podem ficar de fora: o prefeito e o governador. ACM Neto foi destaque já no primeiro dia quando dançou o Lepo Lepo, diminuindo assim a gafe de Jaques Wagner que, pela primeira vez, marcou a ausência de um governador na abertura oficial do Carnaval.
Já nos corredores dos camarotes oficiais, houve espaço para Geddel e Paulo Souto se abraçarem e criarem um clima leve diante da disputa pela vaga ao governo do Estado, decisão prometida para ser anunciada logo após a festa. A base também não fez feio e buscou posar nas fotos para que já pairasse no ar a decisão sobre quem vai ficar com o vice.
Enquanto a cúpula maior articula o pleito de outubro, outros tiraram a época para fazerem jus ao que a festa pede. O deputado federal Lúcio Vieira Lima e o secretário Nacional de Turismo, Fábio Mota, criaram nova verão de Lepo Lepo com direito a vídeo na rede social. Lídice recebeu uma tangente do governador no desfile do Olodum. Já Wagner, negou ter ciúme de Neto.
Mas, voltando ao assunto Lepo Lepo, esta já é a música do Carnaval. Ou melhor, sempre foi antes mesmo da festa começar até porque não havia concorrente. Sendo assim, o hit do sem teto e sem carro estourou ainda mais quando cada artista a executava na frente das principais emissoras de TV e rádio.
E foi na frente dos holofotes que Aline Rosa se despediu do Cheiro, Léo Santana do Parangolé, Tatau, outra vez, do Araketu, Saulo estreou carreira solo e Bell deixou o Chiclete. Como em todo Carnaval, um mar de gente tomou conta das ruas ainda que com ondas menores. A violência não passou distante, mas foi inibida. O prefeito foi ovacionado por onde passava, fez coletiva que não acabava mais e comemorou o evento. Já a madrugada que antecede o famoso arrastão foi marcado por um momento histórico. O recomeço de Bell Marques. Após 32 anos, o artista não mais voou no Farol. Ele ecoou um Ave Maria que emocionou quem o esperou passar puxando o bloco Vumbora. Pela história no Carnaval de Salvador, Bell não poderia ter escolhido melhor canção para encerrar a festa que foi abençoada este ano por uma energia nova, diferente, diversificada, cheia de furdunço e a tradicional alegria que marcam os sete dias comandados pelo Rei Momo da Terra do Axé.
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