Com a língua afiada, o presidente do Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos, conhecido como Vovô do Ilê, abriu o verbo ao Bocão News na concentração da saída do bloco neste Sábado de Carnaval e falou do racismo existente na Bahia. Segundo ele, o preconceito contra os negros atinge todas as esferas e, no que tange ao Carnaval, desfiles e condições de atuação na folia, Vovô considera que a intolerância com a cor traz novos prejuízos aos blocos negros.
Polêmico, o diretor provoca as cervejarias que patrocinaram e restringiram as vendas de cervejas e refrigerantes na folia. Apesar de haver muito dinheiro para a festa, o mesmo tratamento não foi dispensado aos blocos afro, as estrelas principais do Carnaval deste ano. “A sociedade e os patrocinadores, antes de serem capitalistas, são racistas e não aceitam que os negros ganhem dinheiro”, dispara.
“As cervejarias não querem patrocinar os negros e temos muitas dificuldades por isso. Os negões gostam das loiras, mas as loiras não querem papo com os negões”, continua. Para tentar reverter a tendência, Vovô sugere que a iniciativa do Afródromo – que considera positiva – seja expandida para além do Carnaval. “Está muito aquém do que precisamos”.
Em 2014 o Afródromo, que foi criado por Carlinhos Brown, viverá seu segundo ano de desfiles. No Domingo de folia, o coletivo de blocos afro sairá no Campo Grande a partir das 18h30. A fila de atrações contará com Filhos de Gandhy, Ilê Ayê, Carlinhos Brown, Cortejo Afro, Timbalada, Muzenza e Malê Debalê.
