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Safra temporã mostra força, e volume do cacau segue forte em setembro

Cacau - Divulgação/AIPC
Segundo IPC, entrega no acumulado de janeiro a setembro de cacau praticamente igualou o de 2021  |   Bnews - Divulgação Cacau - Divulgação/AIPC

Publicado em 17/10/2022, às 19h10   Cadastrado por José Ivan Neto



A colheita da safra temporã de cacau, após se encaminhar para o fim em setembro, demonstrou força no fim do ciclo. Por consequência,  o atraso do recebimento de cacau que as indústrias vinham registrando desde o início do ano foi diminuído. 

No mês passado, as indústrias moageiras receberam 15,2 mil toneladas, 42% a mais do que em agosto. Já em setembro de 2021, a colheita foi muito melhor, e a base de comparação fez com que o volume entregue no último mês fosse 27% inferior, segundo dados compilados pelo SindiDados – Campos Consultores e divulgados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC).

“A safra temporã de 2021 teve resultados muito positivos e persistiu mesmo após o encerramento do período. Agora, em 2022, os números estão relativamente estáveis, talvez demonstrando que a recuperação da produção está se consolidando”, comentou Anna Paula Losi, diretora-executiva da AIPC.

De janeiro a setembro, as indústrias receberam 153,5 mil toneladas de cacau dos produtores brasileiros, volume quase igual (-0,03%) ao do mesmo período do ano anterior. A Bahia forneceu 64% do total, com 98 mil toneladas (queda de 9,7% na comparação anual). As amêndoas com origem no Pará representaram 32%, com 49 mil toneladas (aumento de 23%). As indústrias ainda receberam 4,9 mil tonelada de cacau do Espírito Santo (alta de 32%) e 1,3 mil toneladas de Rondônia (queda de 9%).

O volume de cacau processado pelas indústrias de janeiro a setembro foi maior do que o recebido dos produtores nacionais, e isso exigiu consumo de estoques e importações. A moagem ficou bem próxima do volume do mesmo período da safra passada (queda de 1%), somando 165,4 mil toneladas. Em setembro, o processamento foi de 19,7 mil toneladas, volume estável em comparação com o mesmo mês  2021 e 10% superior a agosto.

“A moagem tem diminuído no mundo em razão da instabilidade econômica global. No Brasil não é diferente, mas ainda que ainda estejamos com um volume menor do que no ano passado, a perspectiva é que volume de moagem se aproxime da média dos últimos cinco anos, que é de 220 mil toneladas” diz Losi.

Como não houve importações de amêndoas em setembro, o volume de cacau importado no acumulado do ano continuou em 11 mil toneladas, com uma queda de 76%. Para a diretora da AIPC, a perspectiva é que as importações recuem nos próximos anos com o aumento da produção nacional.

O mercado consumidor internacional tem apresentado fraqueza diante das incertezas globais. O volume de derivados de cacau exportado caiu 8%, para 37,5 mil toneladas. Segundo Losi, impactam os fluxos para exportação a retração econômica na Europa e nos EUA e a crise na Argentina.

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