Polícia

Verão Salvador: Ribeira também é terra de ninguém

Roberto Viana
Moradores reclamam de som alto, lixo, engarrafamentos e violência  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana

Publicado em 04/12/2012, às 12h40   Tony Silva (twitter: @tony_silvaBN)


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O final de semana na Ribeira é alongado com a tradicional “segunda-feira gorda” onde muitas pessoas vão à praia do bairro tradicional de Salvador e aproveitam para curtir os barzinhos e sorveterias. Mas, à noite, muitos carros de som em alto volume, lixo espalhado, o mau cheiro, violência e a dificuldade de mobilidade, tiram a tranquilidade dos moradores, não só na segunda-feira gorda como também no sábado e no domingo.

A equipe do Bocão News esteve no local e não encontrou nenhuma equipe da Transalvador ou da polícia. Os moradores dizem que só tem paz no bairro de terça-feira até sábado, pois nos outros dias têm que ficar presos dentro de casa por conta da desordem, que acontece principalmente na Rua da Igreja da Penha, Avenida Beira Mar, e a Praça General Justos.

O aposentado Carlos Geraldo Biset, 53 anos, diz que é nascido e criado na Ribeira e sente tristeza em ver o abandono e desabafa sobre a bagunça no bairro. “Nós moradores temos que ficar dentro de casa, porque só temos o direito de viver aqui de terça-feira a sábado. Os outros dias é gente de todo tipo aqui. Eles urinam em qualquer lugar. Nossa família tem que se deparar com essas cenas, sem falar do som alto, as brigas e a quantidade de lixo que fica espalhada. Os carros circulam na contramão, o trânsito vira uma bagunça, a prefeitura não dá o menor suporte. Quando chega o verão a gente já fica imaginando”, desabafou Carlo Geraldo.

Outro aposentado também se queixou do problema na Ribeira. Valfredo Rodrigues, 65 anos, disse que mora há 30 anos no bairro e só tem piorado, e neste ano de troca de gestão da prefeitura ele julga que será ainda pior. “Tenho que ficar dentro de casa a partir das 14h, porque é quando começa a bagunça. Nós entramos em contato com a Sucom e eles não aparecem e quando vem, não resolvem porque o som alto continua. Precisamos de fiscalização da Transalvador e principalmente de policiamento que é muito pouco”, afirmou Valfredo.

A reportagem teve que deixar o local após ser ameaçada por alguns populares que curtiam a festa com o som do carro a todo volume, e disseram que iriam quebrar o carro do site, caso fossem fotografados. A polícia não apareceu até o momento que a equipe saiu do local.

A redação do Bocão News tentou entrar em contato com os órgãos competentes, mas devido ao horário de fechamento dessa matéria ultrapassar o expediente dos órgãos, será mantido contato nesta terça-feira (4), para os devidos esclarecimentos.

Nesta terça-feira (4), o capitão Assis, da 17ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) informou a redação do Bocão News que no momento possivelmente uma guarnição estava fazendo ronda em outras ruas do bairro e as outras estavam em uma operação no bairro do Uruguai, onde foi apreendida grande quantidade de drogas e uma quadrilha foi desarticulada. O capitão ainda disse que todas as segundas na Ribeira acontece a operação conjunta entre a Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Sesp, Transalvador. " Todas as segundas realizamos a operação conjunta que recebe o nome de "Sílere", que começa às 13h até às 22h, aproximadamente.

Fotos: Roberto Viana // Bocão News


*Matéria publicada originalmente às 21h06 do dia 03/12.
*Matéria atualizada às 15h36 do dia 04/12.

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