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Companha da Vogue é criticada por apresentar crianças em fotos sensuais

Imagem Companha da Vogue é criticada por apresentar crianças em fotos sensuais
Meninas de 10 anos posam em poses sensuais em edição de primavera da revista  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 13/09/2014, às 15h45   Redacao Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Um ensaio fotográfico com meninas com idade por volta dos 10 anos, realizado pela revista Vogue, na edição de primavera está sendo questionado por internautas, jornalistas, pediatras e ativistas, pelo estilo de fotos em que as crianças aparecem. De acordo com matéria publicada pelo site “Bolsa de Mulher”, a avaliação dos críticos - a exemplo da jornalista, Carol Patrocínio, do Yahoo Mulher - as poses foram sensualizadas nas fotos publicadas na editorial de moda “Sombra e Água Fresca”.

As garotas estão inseridas em paisagens naturais e vestem biquínis, calcinhas e insinuam tirar a camiseta. Em uma das fotos, uma delas tem o corpo quase todo a mostra. Não é a primeira vez que a marca está envolvida com polêmicas do gênero.

No final de 2010, na publicação francesa, a revista também protagonizou o debate sobre a adultização da infância. Garotas de 7 e 8 anos estamparam a edição utilizando muita maquiagem, salto alto e roupas de mulheres adultas em posições sensuais. Como resposta ao debate, o governo francês conseguiu aprovar uma lei que proíbe concursos de beleza com meninas menores de 16 anos.

Mesmo no Brasil, a edição Kids da marca já publicou outras fotos em que crianças são retratadas como adultas e sensuais, como foi o caso da edição de verão 2014, com uma criança vestida com um maiô de oncinha e em uma pose sensual, com o bumbum para cima e fora da piscina.

A matéria do ‘Bolsa de Mulher’ relata que a Vogue não é a única que teve que lidar com problemas deste tipo. Em 2008, a marca de roupa infantil Lilica Ripilica teve uma de suas propagandas vetada pelos órgãos reguladores. Uma garota de 8 anos comendo um bolinho com a boca suja foi colocada ao lado da frase “use e se lambuze”.

Para os críticos do ensaio, o problema está na sensualização das crianças. Pediatras, ativistas a favor da regulamentação da propaganda infantil, blogueiras e mães que se posicionaram contra o ensaio afirmaram que o problema não é ter uma criança modelo, mas sim colocá-la como um adulto em poses sensuais, insinuantes e provocantes que beiram ao erótico.

Ainda segundo ‘Bolsa de Mulher’, o pediatra Daniel Becker, em sua publicação na página Pediatria Integral do Facebook declarou que o hábito de colocar crianças em situações típicas de adultos traz ainda outros prejuízos para o individuo. Ele diz que as consequências da erotização precoce são graves e profundas. Altera as atitudes e crenças de crianças, fixa padrões estéticos, favorece a anorexia que é uma doença grave e às vezes fatal, leva a alterações cognitivas, reduz a auto-estima.

Ainda segundo o especialista, as meninas se auto-objetificam. Estudos associam depressão e outros transtornos a esse ‘moderno’ fenômeno social. Além disso, a injeção destes valores desde muito cedo vai ter consequências mais amplas, na sexualidade dos meninos também, estreitando sua visão sobre a mulher e deformando seus padrões estéticos, favorecendo a opressão da mulher e promovendo violência sexual.

Outros ainda explicam que o maior problema é que este tipo de publicação estimula adultos a erotizarem crianças e isto configura pedofilia.


Fotos: divulgação

Classificação Indicativa: 18 anos

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