Artigo
Publicado em 01/03/2021, às 05h30 Victor Pinto
Se tornou um bordão a 'autorização' que a participante baiana e militante feminista do Big Brother Brasil, Lumena Aleluia, precisa dar para que alguém faça ou algo aconteça. Aos não antenados, a mestra em psicologia, com seu linguajar rebuscado carregado com a política do cancelamento, condenava e tentava resiginificar a todo momento gestos e ações dos participantes do BBB. Nesse contexto, em um programa chamado Brasil o assunto do impeachment voltou à tona e passa correr mais uma vez.
Chamou atenção no fim de semana a movimentação de alguns senadores - juízes em eventual jugamento futuro que pode decorrer no legislativo - para formatação de uma CPI para investigar e responsabilizar a atuação do presidente durante a pandemia. Desdenhador da vida desde quando a pandemia começou a tomar proporções preocupantes no Brasil, Bolsonaro passa, mais uma vez, apesar de tudo que foi visto e vivido, a desacreditar da ciência e das medidas de prevenção.
Nesse paredão até voto de baiano deve ter, pois o senador Otto Alencar (PSD), na conversa vazada pela revista Época, já demonstrou seu descontentamento ao presidente.
A pressão que pode ser exercida pela Câmara Alta, apesar da concentração política consciente ser gasta nesse momento de um novo caos ser para a segurança do povo, pode surtir efeitos práticos que resvalem entre os deputados.
A diferença, dadas as devidas proporções da brincadeira com tom de realidade, é que Lumena é o povo. Se o povo autorizar, o processo corre. Se o povo pressionar, o processo anda. Da mesma forma como caiu o andamento galopante da PEC da Impunidade recentemente.
Bolsonaro não caiu por fazer tudo aquilo que disse ao seu eleitor raiz que não faria, o tal do toma lá da cá de cargos, e também pela possiblidade de assumir um vice que não é da política, do jogo, do processo. Diferente de Collor e Dilma, que também foram eleitos tão democraticamente como Bolsonaro foi, ambos possuiam Itamar e Temer na retaguarda. Quem fica se o atual presidente cair? Mourão. Um lobo que tem se colocado como pele de cordeiro desde quando passou a morar no Palácio do Jaburu.
Ou será que não sofreu pressão de queda porque, diferente de Collor e Dilma, cujas quedas foram motivadas pelas questões políticas e econômicas no País, o menosprezo da busca pela saúde do povo não vale de nada?
Se o Brasil se mobilizasse politicamente da mesma forma como se mobilizou para debater e retirar Carol Conká da casa do BBB com os históricos 99% dos votos, o destino seria outro. As casas políticas podem ser vigiadas assim como a do BBB, tem noticiáro todo dia, a cada dois anos tem paredão. Diferente do reality televisivo, o que se debate aqui fora resvala lá dentro diretamente, sem mediação. Basta querer.
Victor Pinto é editor do BNews e âncora do programa BNews Agora na rádio Piatã FM. É jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. Atua na cobertura jornalística e na área administrativa de rádios em Salvador.
Twitter: @victordojornal
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