Feriado / 2 de Julho

Dois de Julho: Para historiador, políticos são penetras no cortejo da Independência

Arquivo / BNews
"A característica da independência da Bahia é cívica e a população foi quem saiu nas ruas festejando", disse  |   Bnews - Divulgação Arquivo / BNews

Publicado em 02/07/2018, às 05h40   Victor Pinto



A Bahia comemora a Independência do Brasil nesta segunda-feira. Em Dois de Julho de 1823 os baianos e estrangeiros, que aqui moravam e adotaram o Brasil como sua segunda nacionalidade, lutaram para expulsar o domínio português das terras locais. As cidades Cachoeira e Salvador foram destaques nessa batalha. 

Daquele ano para cá, o povo sai às ruas da Capital do Estado para festejar a vitória contra “os tiranos”, como são tratados os inimigos da coroa no hino oficial da Bahia. 

O historiador Jaime Nascimento chamou atenção do fato de que, diferente do Sete de Setembro, cujo ato é militarizado e o foco do desfile é mostrar e destacar a força militar da União em cada unidade da federação, o Dois de Julho é cívico e popular. 

“É uma festa que não foi feita por militares, pois maciçamente quem lutou naquela guerra foi o povo. A característica da independência da Bahia é cívica e a população foi quem saiu nas ruas festejando com fanfarras e, principalmente, com a imagem da caboclo e da cabocla”, contou.

Sobre a inserção política no ato, visto que os chefes dos poderes Executivos municipal e estadual e do Legislativo, respectivamente, participam do evento, uma conotação partidária eleitoral toma uma parte dos blocos que percorrem o circuito de pouco mais de 3 km. 

“Os políticos são penetras no Dois de Julho, pois o cortejo não é feito para eles. A passagem não é do governador e do prefeito, mas dos monumentos da Independência. Até porque, naquela época, não existia governador, prefeito, vereador, deputado. Eles que se inseriram no evento, mas o foco da festa é o povo desfilando com fanfarras e blocos”, analisou durante entrevista ao programa Café Duplo da rádio Câmara Salvador. 

Assim como funciona na Lavagem do Bonfim, esta de caráter religiosa, o desfile é um prato cheio para o noticiário político e serve de termômetro popular da recepção de imagem dos postulantes ou possuidores de cargos públicos eletivos. O ato, neste aspecto, ganha força em períodos eleitorais, como é o caso de 2018.

Tanto o governador Rui Costa (PT), é candidato a reeleição, como o prefeito ACM Neto (DEM), que estará no bloco do pré-candidato a governador Zé Ronaldo, confirmaram presença, assim como presidenciáveis como Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL). 

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp