Política

Rui me estimulou a ser candidato a presidente, garante Ângelo Coronel

Publicado em 14/01/2017, às 00h00   Alexandre Galvão


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Candidato à Presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado Ângelo Coronel (PSD) afirma que o governador Rui Costa (PT) foi um dos entusiastas da sua candidatura. Ainda de acordo com o parlamentar, ele não quer o “fator desagregador” da base. 
“Na semana passada estive com ele a tarde toda no Palácio e, naquele momento, a única preocupação dele era que a base ficasse unida. Eu disse a ele que não seria fator de desagregação da base. Agora, claro, não dá para continuar nesse projeto de poder de perpetuação de Marcelo Nilo”, reclama. 
Filiado a um dos partidos mais importantes, hoje, no cenário político da Bahia, Coronel afirma que sua eleição não é um projeto prioritário do PSD e sai em defesa do senador Otto Alencar, seu presidente estadual. 
“Não, não é um projeto prioritário do PSD. A nossa candidatura nasceu depois de reuniões da nossa bancada. A nossa candidatura hoje é dos deputados. Se o PSD nos ajudar a ser presidente, claro, passa a ser também um projeto do PSD. Otto é um grande político, um grande amigo dos amigos. Querem colocar nele a pecha de homem de complô e Otto não é isso”, defendeu. Confira abaixo a entrevista completa.
Primeiro de tudo, queria que o senhor falasse como surgiu a vontade de tentar presidir a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). 
Olha, a grande bandeira da nossa entrada nesse processo é a perpetuação do poder de Marcelo no poder. A sociedade não aguenta mais. Hoje ele está quase igual a Assembleia da Piauí. A assembleia tem quadros suficientes para assumir a Casa, acho que esse é o momento certo. Teve Elmar, que não teve chance de ganhar. Na vida, tudo tem um limite. Na minha concepção, o tempo de Marcelo acabou. 
O atual presidente é da base do governo, o senhor também. Nilo fala muito abertamente que almoça com o governador e almoça com o prefeito ACM Neto, numa tentativa de mostrar boa relação com os dois. Qual será seu relacionamento com Rui e Neto? 
Estou até preocupado com o meu amigo, Marcelo. Comendo assim, vai engordar muito. A minha relação com o governador é muito boa. Sou do partido comandado por Otto. Gozo também da boa relação com o prefeito ACM Neto, sou deputado há seis mandatos e não tenho inimizade com ninguém. Não faço política com sectarismo, tenho boas amizades com colegas a nível estadual e federal do bloco liderando por ACM Neto. Ângelo Coronel é isso, não tenho inimizade com ninguém. Acho que amizade é um patrimônio e quero aumentar o meu a cada dia. 
Na condução da assembleia tem que saber equilibrar os interesses da assembleia, do governo e da oposição. Se o senhor se eleger, como fará? 
Olha, a nossa intenção é mudar a cara da Assembleia. Não podemos ter uma casa homologatória. Os deputados precisam debater os projetos. Os projetos não podem chegar e votar. Às vezes um membro da imprensa pergunta e a gente nem sabe explicar o projeto. Não serei um presidente para atrapalhar o governo da Bahia, mas também não vou ser um presidente que transforma a AL-BA numa secretaria de Estado. O parlamentar tem que ser valorizado. Me proponho a fazer um trabalho de valorização dos parlamentares. Vou fazer um trabalho para todos os colegas voltarem a sentir orgulho de ser deputado estadual. Hoje, a gente muitas vezes tem vergonha de usar o broche. Quero valorizar os deputados para que a sociedade possa voltar a se orgulhar dos seus representantes. 
O senhor falou aí de discutir os projetos. Uma reclamação recorrente é que o governo manda o projeto e já manda o pedido de urgência.
Se o senhor for presidente, isso vai acabar? 
Existem casos e casos. Se for realmente uma coisa de urgência urgentíssima, eu vou chamar os deputados e vou conversar. Agora, isso não pode ser uma praxe. Temos que separar os projetos que precisam ser céleres e os projetos que podem ter uma tramitação normal. Não podemos que a nossa Casa seja um rolo compresso na oposição e uma Casa homologatória dos interesses do Executivo.
Muito tem se falado das promessas. O que o senhor de fato prometeu ao governo e à oposição para a disputa da AL-BA?
Eu não prometi nada à oposição e nem ao governo. Eu faço uma campanha em que o deputado tem que ter o livre arbítrio para escolher o seu presidente. Forças externas são importantes para ouvir, mas elas não podem ser decisivas para escolher o novo presidente. Não adianta chegar lá e querer ser só o presidente da situação. Tem que ser da oposição e situação. A Casa são 63 membros, tem uma oposição combativa. Sou candidato das duas bandas. Claro, sou um candidato da base, quero que o governador me apoie, mas também espero que o prefeito libere a sua bancada para votar na gente. 
O PSD hoje, deputado, é o partido com mais prefeitos na Bahia. Tem senador, deputados estaduais, federais, ocupa espaços importantes na estrutura do governo... a sua eleição é um projeto prioritário do PSD? 
Não, não é um projeto prioritário do PSD. A nossa candidatura nasceu depois de reuniões da nossa bancada. A nossa candidatura hoje é dos deputados. Se o PSD nos ajudar a ser presidente, claro, passa a ser também um projeto do PSD. Otto é um grande político, um grande amigo dos amigos. Querem colocar nele a pecha de homem de complô e Otto não é isso. 
O governador tem dito que está conversando com os deputados candidatos. O senhor já conversou com ele quantas vezes e como foram essas conversas? 
Olha, a primeira vez que estive com ele há dois meses, ele não foi contrário ao nosso lançamento. Estimulou-me. Na semana passada estive com ele a tarde toda no Palácio e, naquele momento, a única preocupação dele era que a base ficasse unida. Eu disse a ele que não seria fator de desagregação da base. Agora, claro, não dá para continuar nesse projeto de poder de perpetuação de Marcelo Nilo.  
Todo dia os candidatos a presidente tem uma conta. Como está a conta do senhor agora? 
Eu não tenho conta. O presidente Marcelo um dia tem 60, um dia 51, um dia 32... eu sei do meu. Vou lutar para chegar beirando os 40, 45 votos. Isso eu sei. 

Classificação Indicativa: Livre

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