Política

Camaçari não pode virar uma banca de jogo do bicho, diz Caetano

Publicado em 12/09/2016, às 00h00   Redação


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Por Alexandre Galvão | Fotos: Vagner Sousa
O deputado federal Luiz Caetano (PT) quer comandar a cidade de Camaçari pela quarta vez. Para isso, tem de vencer dois concorrentes: Antônio Elinaldo (DEM) e Jailce Andrade (PCdoB). De acordo com o petista, a disputa na cidade está polarizada entre ele o candidato do DEM, que recentemente foi preso por suposta ligação com o jogo do bicho. 
“Ele foi vereador vários mandatos e não apresentou nenhum projeto para a cidade. Tenho certeza que o povo de Camaçari se esclarece a cada instante. Nós não queremos que Camaçari vire uma banca de jogo do bicho, ou que seja dirigida por quem é acusado de ser contraventor e comandar o esquema. Não acho isso bom para a cidade”, alfinetou. 
Ainda de acordo com Caetano, caso seja eleito, ele irá focar na geração de emprego e na segurança pública. “A segurança pública está em crise profunda. Nossa ideia central é colocar para funcionar o que tem na saúde, trazer uma maternidade, um hospital na criança, levar policlínicas para que a gente garanta que os pacientes de Camaçari não saiam da cidade e continuem aqui mesmo. Fiz várias dessas coisas quando fui prefeito e agora mais experiente posso fazer mais”, garantiu. 
Bocão News: O senhor já foi prefeito de Camaçari e participou do governo de Caetano. O que o senhor tem de novo para apresentar para a cidade? 
Luiz Caetano: Eu apoiei Ademar e descordei de como ele governava, tentei ajudar, mas não foi possível. Foi uma decepção. Vim construir o caminho de buscar ganhar as eleições para governar junto com o povo e fazer a cidade voltar a crescer. Temos várias propostas. Primeiro, a revitalização da orla de Camaçari, trabalhar o desenvolvimento local, com a micro e pequena empresa, pois a fábrica cada dia mais emprega menos pessoas, por conta do avanço tecnológico e da competitividade, então temos que buscar novos investimentos e qualificar os jovens, a população e desenvolver o setor de serviço. Além da transformação na saúde, na educação que estão paradas. A segurança pública está em crise profunda. Nossa ideia central é colocar para funcionar o que tem na saúde, trazer uma maternidade, um hospital na criança, levar policlínicas para que a gente garanta que os pacientes de Camaçari não saiam da cidade e continuem aqui mesmo. Fiz várias dessas coisas quando fui prefeito e agora mais experiente posso fazer mais. Outro problema grande é a violência. Tivemos um final de semana com mais de 11 óbitos, isso é inadmissível, lamentável. É preciso que se faça quando eu era prefeito. Eu comandava o processo da segurança, apesar de ser uma tarefa do Estado. O prefeito tem que ter o comando, fazer um planejamento, apoiar a PM, dar viaturas, dar contribuições. Nós temos que tomar conta da cidade. Quero criar a Guarda Municipal, fazer o monitoramento 24h da cidade com câmeras, olhar os hospitais, os postos, as avenidas de Camaçari, a ronda 24h de forma intensiva e apostar num trabalho social, trabalho de esporte, cultura, para nesse conjunto a gente trabalhar com a sociedade. 
Bocão News: O senhor elencou aí diversos fatores que considera problemáticos. Se for eleito, quando sentar na cadeira de prefeito, qual vai ser a sua primeira ação? 
LC: Justamente por isso que eu falei da saúde e segurança pública. Precisamos resolver a mobilidade, dar continuidade à obra do Rio Camaçari, que o prefeito parou. Requalificar o centro, a orla, para que a população aumente sua auto-estima e gere movimento e mais recursos para a economia. A saúde e a segurança são as duas questões mais complicadas. Precisamos impulsionar a saúde. Temos que sentar com os sindicatos para conversar, pois está quase tudo parado lá na cidade e vamos ter que fazer um planejamento com a segurança. Por isso que comecei minha campanha pedindo paz. 
Bocão News: O senhor falou das greve e a candidata Jailce Andrade (PCdoB), em entrevista ao Bocão News, afirmou que elas são orquestradas na cidade pelo senhor e pelo candidato do DEM. Qual a sua participação nessa montagem de greve? 
LC: Olha, para lhe ser franco, acho que nem eu e nem nosso adversário. O problema é que o governo deixou de dialogar com os funcionários e a greve foi em função da falta de assistência. O prefeito errou quando aumentou exaustivamente as gratificações dentro do município dos cargos comissionados e a folha que eu dei 38% hoje está em 54%. Se aumenta a despesa com pessoal, aí é culpa do governo que não soube fazer o planejamento. É uma incompetência do governo que lá está. 
Bocão News: Durante o lançamento da sua candidatura o governador afirmou que iria tentar apaziguar a sua candidatura e de Jailce Andrade. Teve alguma conversa no sentido de fazer o senhor ou ela abrir mão da disputa? 
LC: Não. O governador foi em minha convenção, nos apoiou. A gente discutiu nossa parceria na saúde, segurança e mobilidade, na recuperação das rodovias, na construção da maternidade, a reforma do hospital geral para Camaçari e nos determinamos ali um pacto pela parceria em função de uma gestão moderna e inovadora que será feita a partir de 1º de janeiro de 2017.
Bocão News: Caetano sendo eleito prefeito, tem conversa com o PCdoB de Jailce depois?
LC: Veja, a minha marca sempre foi o diálogo. Dialoguei quando estava no governo com a oposição, várias vezes com vários setores de Camaçari. Tenho que dialogar com todo mundo, não tenho que conversar só com quem votou em mim. Vou ser o prefeito de toda cidade. Fechar acordo é outra coisa, mas conversar podemos. 
Bocão News: O PCdoB teria espaço no seu governo? 
LC: Não tem motivo. Eles não estão me apoiando, estão em uma palanque diferente. Não estão apoiando os nosso projetos. Pode até ter conversa, mas não tem como participar. 
Bocão News: A pesquisa mais recente mostra o senhor atrás de Elinaldo (DEM). O senhor se baseia em pesquisas e acha que há como reverter esse quadro? 
LC: Não. Esse golpe da pesquisa já é velho na Bahia e nunca dá certo. Quem está atrás, ganha. Esse é um golpe antigo que o DEM adora fazer. Em dezembro do ano passado eles diziam que estavam com 45% e foram caindo e caindo. Não tem motivo de acreditar em pesquisa. 
Bocão News: O senhor acabou de falar que o Elinaldo foi caindo nas pesquisas. Recentemente, ele foi arrolado em escândalos na Justiça. O senhor acha que isso fez ele cair na preferência do eleitorado? 
LC: Eu acho que na verdade, em função da fragilidade de projeto, eles estabeleceram uma tática de campanha de xingar, de ficar no “oba-oba” para ver se confunde a opinião pública. Eles não vão para os debates, dizem que não tem que debater projeto, claro, pois eles não têm nenhum projeto. Ele foi vereador vários mandatos e não apresentou nenhum projeto para a cidade. Tenho certeza que o povo de Camaçari se esclarece a cada instante. Nós não queremos que Camaçari vire uma banca de jogo do bicho, ou que seja dirigida por quem é acusado de ser contraventor e comandar o esquema. Não acho isso bom para a cidade, uma cidade que tem problemas com a violência. Temos que ter comando, peito e força para vencer isso. Precisamos de uma equipe muito boa para compor o governo. 
Bocão News: O senhor tem focado muito na questão do trabalho e na segurança pública. No entanto, no Brasil a gente tem a questão do impeachment da ex-presidente Dilma. O senhor pretende usar isso na sua campanha? 
LC: Olhá, eu sou municipalista. Fui presidente da UPB e desde lá defendo o desenvolvimento local. Estou muito preocupado com o emprego em Camaçari. Estamos num município que o PIB industrial é maior que o de serviço e no mundo inteiro o PIB de serviço aumento e o industrial cai. Portanto, se é isso, temos que buscar novos investimentos e apostar no desenvolvimento local. O que é isso? Lá atrás, eu lutei para trazer um shopping center, aprovei a lei da micro e pequena empresa. Temos que fazer com que as pessoas comprem dentro do município, trazer a inovação tecnológica e aí como deputado estamos colocando o Centro Inovar, vamos construir as oficinas do saber nos povoados, para qualificar nossa juventude. Estamos apoiando a ida do Cimatec industrial para Camaçari também, para que possamos avançar, sermos um município de ponta. 
Bocão News: Camaçari é uma cidade maior do que Salvador, do ponto de vista territorial, como o senhor tem feito campanha, já que a verba está mais curta? 
LC: Meu irmão, caminhando. Tem feito caminhada de manhã, de tarde, de noite. Eu já visitei quase 40 bairros. Camaçari não tem TV, é só rádio, pelas redes sociais, no boca a boca e junto com a comunidade. Tô gostando, sendo bem recebido. Tem que estar 24h no ar. 
Bocão News: Quem você considera seu principal adversário nessa campanha? 
LC: A eleição está polarizada entre nós e o DEM. Não é nem quem eu prefiro, mas está polarizado.

Classificação Indicativa: Livre

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