Eleições

Elinaldo acusa adversários de viverem na sombra dos cofres públicos

Publicado em 01/09/2016, às 00h00   Aparecido Silva


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Por Aparecido Silva

O candidato a prefeito de Camaçari pelo Democratas, o vereador Antônio Elinaldo, diz que sua candidatura atende aos anseios do povo do município que pede mudança. O prefeiturável está na briga pelo Executivo e tem como principal adversário o ex-prefeito Luiz Caetano (PT), contra quem o não economiza nos ataques.

Na entrevista exclusiva ao Bocão News, o candidato disse que o grupo de Caetano vive “na sombra dos cofres públicos”. O democrata também falou das suas propostas para a sua gestão, caso seja eleito prefeito da cidade que possui o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia.

Confira:

Bocão News - Candidato, o senhor está, pela primeira vez, concorrendo ao Executivo de Camaçari e está em seu segundo mandato de vereador. Você se sente preparado para liderar uma prefeitura neste momento?

Antônio Elinaldo  - Com certeza. Todo prefeito é gestor, líder que tem que ter uma capacidade de montar uma boa equipe, realizar planejamentos, delegar funções e cobrar o que foi delegado. Na questão de um gestor público, ele também tem que entender que quando ele se coloca para ser público, tem que saber que não tem domingo ou feriado. Tem que estar à disposição da população a todo momento, para que a sua equipe entenda que esse é o papel do servidor público.

Bocão News - Falando em montagem de equipe, o senhor está vindo com uma chapa de 12 partidos. Como é que vai ser trabalhar, caso eleito, com esses 12 partidos compondo a sua base? Como vai ser a partilha com esses partidos?

AE - O partido não pode estar partilhando o que é do povo. Os partidos vão nos ajudar a fazer a gestão do município. Lá nós temos 12 partidos, 12 vereadores, mas eu estou preocupado em fazer a gestão, em montar uma boa equipe, não importa qual o partido. Se montarmos uma equipe e fazer uma boa gestão, vai ganhar todos os partidos que estão participando do contexto. Não temos esse compromisso diretamente em partilhar nenhum setor da prefeitura. Vamos montar um quadro com os melhores para fazer uma boa gestão.

Bocão News - O atual prefeito, Ademar delgado, está encerrando o mandato com alto índice de rejeição. Muito criticado, inclusive, teve rompimento com o ex-padrinho político dele, Luiz Caetano. Na sua avaliação, o que deu errado na gestão de Delgado que você, caso eleito, pretende fazer de diferente?

AE - Primeiro que ele começou errado. Eu digo que Ademar é cúmplice do ex-prefeito. O ex-prefeito foi quem conduziu a campanha eleitoral de 2012 de Caetano. Então é momento de ter equilíbrio na condução do processo, porque as medidas tomadas agora, as alianças que são feitas agora podem refletir na gestão futura de qualquer candidato a prefeito. O ex-prefeito comandou a campanha do atual, que negociou com alguns partidos, secretarias, empresários e o atual prefeito entrou com duas facas no pescoço sem condições de fazer o governo, foi governar para os partidos, para os empresários e não fez governo para população. Então ele está pagando o preço por isso porque ele aceitou a maneira que o ex-prefeito conduziu a campanha de 2012. Agora estão brigados, mas são liderados de Rui Costa e na campanha passada implantaram um candidato da oposição, mesmo dividindo a oposição continuaram no poder. Agora o que eu entendo é que eles estão avaliando se vão juntos ou separados para eleição, mas eu estou tranquilo, porque indo junto ou separado, eles vão perder porque o povo já decidiu que vai mudar. Porque PT e PCdoB é a mesma coisa, já que são liderados de Rui Costa.

Bocão News - Como você avalia esse cenário de enfrentar, de um lado Luiz Caetano com apoio do governador do estado e do outro, Jailce, que está vindo com o apoio do poder público municipal na figura de Ademar Delgado? Essas duas candidaturas causam um temor na sua campanha? Como você avalia esses adversários na sua cidade?

AE - De jeito nenhum. Eu estou vendo a campanha dos meus adversários. O candidato do PT é tido como “Rei da Oratória”, ele tem papo. Prometeu muito nestas eleições: que ia tirar o trem, que ia revitalizar o rio, que ia fazer ginásio de esportes e vila olímpica, fazer o hospital da orla, disse que ia fazer a maternidade e não fez nada. Eu acho que agora, o político tem que ouvir mais e esse é um dos meus fortes, ouvir a população e falar o que o povo quer. Diziam que o Democratas ia acabar com Salvador, com o “Minha Casa, Minha Vida”, que Salvador era ingovernável sem o governo federal e cadê? Neto deu um show de gestão e foi escolhido três vezes o melhor prefeito do Brasil. E que é do Democratas, do nosso quadro e um dos principais incentivadores da minha campanha. Aparece com 68% de intenção de votos na pesquisa feita pelo Ibope. É a maneira do DEM de governar, gestão de resultados.

Bocão News - Como será esse modo de governar, caso eleito, em Camaçari?

AE - Governo de resultado. Nós temos que aproximar a gestão pública um pouco da gestão privada. O povo não está mais bobo. O gestor tem que trazer resultado para a cidade. Esse negócio de falácia como o PT fez em Camaçari que prometeram muito e não fizeram nada, o povo está cansado disso.

Bocão News - Esse ano a eleição tem um caráter diferente. Até 2014, o financiamento privado era permitido e este ano foi proibido. Campanhas não vão ter mais aquele volume de recursos que vinham de empresas. Em Camaçari, o TSE estipulou um limite de gasto de R$ 4 milhões. Como é que está sendo articulada a arrecadação de campanha sem poder contar com a iniciativa privada nesta fase?

AE - Nós vamos seguir as regras. Estamos de olho no nosso adversário que gosta de burlar a lei, mas vamos ficar no nosso limite. Continuar com aquilo que nós temos, então eu acho que esses acordos com empresários é o que complica a gestão futuramente. Então estou muito tranquilo. É o que mais estamos orientados e o que é correto é seguir a legislação.

Bocão News - Você é a favor do financiamento público de campanha? Ou ainda acha que pode ser
discutido?

AE - Não tenho uma ideia formada sobre isso ainda. Acho que é tão polêmico que até o Senado e a Câmara Federal não tem uma posição sobre isso.

Bocão News - Recentemente, no final do ano passado, o senhor teve alguns episódios envolvendo a Justiça, chegou a ser conduzido à delegacia e no final desse semestre houve a decisão de que seu processo não vai mais correr na Justiça baiana. O senhor acha que, de fato, existe essa perseguição da sua pessoa na Justiça estadual aqui na Bahia?

AE - Primeiro: foi a própria Justiça que inocentou, que disse que não é de competência dela e colocou o processo à disposição da Justiça Federal. O que acho que existiu foi que o governo do estado usou uma estrutura para perseguir o candidato que ia liderando todas as pesquisas em Camaçari. Acho que o nosso Estado com dificuldade na questão de segurança e usando a estrutura da polícia para perseguir adversários políticos. Que acho que não é a prática correta. Mas quanto esse assunto, eu estou tranquilo. Acho que tudo o que acontece aqui é permitido por Deus e está aí mostrando nas pesquisas, a nossa liderança nos tranquiliza e o que absorve a gente é Deus e o povo. A gente ainda manda um recado para o nosso adversário que usa a estrutura da polícia que serve para cuidar da segurança que o nosso estado está precisando.

Bocão News - Várias foram as polêmicas entre o senhor e o grupo de Caetano em Camaçari. A deputada Luiza Maia chegou a dizer que o vereador Elinaldo era “bicheiro”, fazendo uma alusão a acusação que o senhor enfrenta por envolvimento com o jogo do bicho. Teme que isso volte à tona com o uso por parte dos adversários para atingir sua imagem? Como você se posiciona com relação à essas acusações?

AE - Com muita tranquilidade. A minha vida foi sempre de muita luta. Eu não sou profissional da política. A família de Luiza Maia e Caetano vivem disso, fazem política. O tempo todo vivendo na sombra dos cofres públicos e na minha vida eu já engraxei sapato e vendi picolé. Não tenho vergonha de nada que fiz na minha vida, então eu acho que a ex-primeira-dama tem que ter um debate propositivo. A cidade está parada, nada funciona. A educação pública do município todos os anos do PT tiveram greve, que prejudicaram nossos alunos. A saúde pública, 11 anos e meio faltando médicos e medicamentos, não resolveram as questões das cirurgias eletivas, desemprego total na cidade, esporte público não é mais promovido em Camaçari.

Bocão News - Camaçari é uma cidade na Bahia que, hoje, tem importância gigantesca no cenário econômico. Como é que o vereador Elinaldo pretende trabalhar, caso eleito prefeito, para manter a cidade neste patamar de importância econômica, gerando emprego, dando a devida importância ao polo petroquímico que está na cidade hoje?

AE - Primeiro a cidade está um caos. Desorganizada. Os últimos gestores se acomodaram e não procuraram qualquer outra receita para aumentar nossa economia. Isso aí é uma das nossas prioridades do nosso governo. Primeiro tirar a corrupção, segundo, vamos fazer um trabalho extenso no turismo, temos 42 quilômetros de praia, então tem que ser mais explorado. Vamos organizar isso para que aumente o emprego e nossa receita. Vamos também dialogar com os agricultores que é uma área que também está parada e a questão do comércio. Nós entendemos a importância do comércio local e dos pequenos empresários. Vamos abrir o governo para o comércio local e para os empresários, sabendo a dificuldade que eles têm para participar das licitações e também ganharem, porque é importante o comércio local venda para a prefeitura porque o lucro fica na cidade. Eles estão investindo na cidade e vai retornar para o município.

Bocão News - Quais seriam suas propostas para gerar emprego, renda e desenvolvimento do trabalho no município?

AE - Respeitar o orçamento. O orçamento mensal da cidade é de R$100 milhões. O bom gestor tem que fazer o orçamento corretamente. Dividir em três partes: 33% para a contratação de pessoal e respeitar isso, não querendo colocar parentela, apadrinhados porque se estourar de um lado, ele vai votar no outro. Mais 33% custeio da máquina (papel, energia, água) e 33% para investimento. Se eu garantir não mexer nesses 33% para investimento, o município vai poder comprar no comércio local, vai poder contratar com o empresário local e esses investimentos são os que mais trazem lucro. Como Neto tem feito em Salvador.

Bocão News - Camaçari teve uma greve dos servidores de transporte, a secretaria fez paralização. Vemos que Camaçari é uma cidade que tem a quarta maior população da Bahia. Como você visualiza a questão do transporte público em Camaçari? Ainda precisa passar por melhorias?

AE - Precisa ordenar. Temos que chamar todo o seguimento de transporte de Camaçari (cooperativas, mototaxistas, taxistas e empresas de ônibus) e buscar um caminho para prestar o maior serviço à população, mas também a prefeitura tem que fazer sua parte fiscalizando aquilo que ela dá concessão. Não adianta darmos concessões e não fiscalizar os serviços. Acho que lá as coisas não são fiscalizadas. O horário que o ônibus sai, chega e se está respeitando a questão dos idosos, dos passes. Tudo isso tem que ser respeitado, pontos de ônibus também então nós vamos fazer o estudo do trânsito e ordenar questões como semáforo, pistas que foram divididas, ou seja, estudar.

Bocão News - No campo da saúde, quais são suas propostas a serem colocadas em prática, caso chegue à prefeitura de Camaçari?

AE - Essa é uma das nossas principais propostas. O hospital público e a maternidade, porque municípios como Mata de São João, Pojuca e Catu, arrecadam 10% do que Camaçari arrecada. Então não dá mais para ficar vivendo de “favores” dos municípios vizinhos. Então é meu sonho e do povo de Camaçari. E vai ter porque temos recursos para isso. O município arrecada R$1,2 bilhão por ano e 15% desse recurso é obrigatório investir em saúde pública. Temos R$180 milhões para a saúde do município e tem que ser diferente dos demais. É importante, primeiramente, cuidar das nossas unidades já existentes.

Bocão News - No campo da educação o que você vê hoje de errado e que você pretende mudar chegando lá?

AE - Mesma coisa da saúde pública. Lá não tem gestão no município. Brincaram com o dinheiro público. Primeiro tem que garantir professor em sala de aula, escola limpa e segura porque é isso que a população tem nos cobrado. É o conteúdo da escola. Não adianta neste momento estar apresentando que queriam fazer grandes escolas e palácios e não garantir o conteúdo da escola. É importante pensar também em construir mais escolas e eu pretendo, no nosso governo, construir mais escolas em algumas regiões e de modelos diferentes com salas mais espaçosas e escolas maiores para os alunos terem conforto melhor na sala de aula. Também penso em quadras e campos, mesmo que seja um pouco mais afastada da cidade, mas que tenha mais espaço, tipo a escola modelo municipal. É o meu sonho. Antes de fazer esses modelos que serão copiados para outros municípios, eu penso primeiro em cuidar do básico que é fazer as que já existem, funcionarem em perfeito estado.

Bocão News - Hoje têm ganho espaço questões relacionadas à Lei da Ficha Limpa, gestão transparente, o cidadão cada vez mais busca ter acesso aos dados de administração. Como você pretende gerir a prefeitura de Camaçari, caso seja eleito, na questão da transparência de dados públicos?

AE - Transparência facilita a vida de todos e quando você fala de mostrar os gastos públicos para a população, ajuda a fiscalizar o governo. O gestor que trabalha corretamente, não vai ter medo disso porque a população e até a imprensa fiscalizando têm um papel muito importante na gestão. Porque tem alguns prefeitos que a imprensa faz críticas e tem o papel de cobrar, porque além de ser imprensa, são moradores da cidade. E em Camaçari nós vamos pedir apoio da imprensa e da população para fiscalizar porque, às vezes, a gestão é enorme e para que ela ande mais fluente, é necessária a participação de todos. A gestão é pública, não é do prefeito.

Bocão News - Você falou da questão do potencial de Camaçari em relação às praias. Como você pretende gerir o setor de turismo e fazer com que esses locais sejam potencializados?

AE - Não tem dificuldade. Por que o turismo dá certo em Alagoas, Aracaju e Porto Seguro? Porque lá eles pensam no conforto do turista. Primeiro, o turista quando chega ao local, quer conhecer. Então, as belezas naturais do local têm que ser publicitadas, propagadas. Nós iremos urbanizar algumas localidades da orla, como a Cachoeirinha de Barra de Pojuca. Temos que pensar e fazer pelo menos quatro pontos turísticos da orla de Camaçari para que seja propagado. A partir daí o turista vai chegar no hotel ou no comércio e vai saber das belezas naturais da localidade. E o que segura o turista não é só ter um ponto turístico e sim, mais de um. Então tenho planos de criar pelo menos quatro pontos turísticos, pensar em estacionamento e manter a orla iluminada e limpa, para atrair turistas para hotéis e restaurantes e também criar programação de eventos.

Bocão News - Deixe suas considerações finais e diga porque os eleitores de Camaçari devem votar em seu nome.

AE - Eu tenho dito que Camaçari agora vai ter um prefeito parecido com a população e que conhece as dificuldades de perto. Nosso povo tem sofrido muito com a falta de tudo, em especial, a falta de emprego. As famílias têm vivido de salário de apenas uma pessoa que trabalha ou que está aposentado. Têm dificuldades de pagar suas contas. Não é de roupa e sapato, mas sim, a conta de água, de luz, mercado. Essas pessoas têm me chamado para adentrar em suas casas para mostrar o armário e geladeira vazios. Isso tudo de uma cidade que tem receita R$100 milhões por mês, parece que estamos vivendo no interior. Eu quero tranquilizar as pessoas de que a partir de 1º de janeiro vai ter um governo sério, um prefeito que foi escolhido por eles e igual a eles, que sabe e vive suas necessidades e que vai trabalhar para mudar esta realidade. Nós precisamos cuidar da cidade, mas o mais importante ainda é cuidar das famílias.

Colaborou Brenda Ferreira.

Classificação Indicativa: Livre

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